Ministro cita casos de pessoas que haviam morrido ou tinham documento falso e estavam recebendo o benefício
O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) defendeu as ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para combater fraudes nos programas Bolsa Família e CadÚnico (Cadastro Único). Segundo ele, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) representava uma “esculhambação”.
“No 1º ato do presidente Lula, ele já trouxe de volta a Rede Federal de Fiscalização. É com o dinheiro do povo, dinheiro dos impostos que o povo paga, que trabalhamos a proteção social”, disse em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do Canal Gov, nesta 4ª feira (7.mai.2025).
O ministro citou que, agora, a Rede Federal de Fiscalização “é bem mais ampla”, contando com trabalho, por exemplo, da PF (Polícia Federal), da AGU (Advocacia Geral da União) e da CGU (Controladoria Geral da União).
“Por isso que a gente combateu fraudes. Quando eu assumi, tinha fraudes no Auxílio Brasil [nome do Bolsa Família no governo Bolsonaro]. Nós chegamos a cancelar [benefício] por fraude. Veja que praticamente não teve contestação [dos cancelamentos]. Porque era gente com um documento falso, gente que já tinha morrido [e estava] recebendo. Era, vou usar uma palavra de povo, era uma esculhambação”, declarou Wellington Dias.
Segundo o ministro, a gestão Lula “tem a coragem de combater a fraude”.
O governo federal vem realizando diversas verificações nos beneficiários de programas sociais para identificar irregularidades. No fim de março, Lula autorizou o ministro a iniciar um pente-fino mais rigoroso no Bolsa Família. O objetivo é economizar R$ 7,7 bilhões neste ano com a revisão de cadastros e outros ajustes.
Um decreto tratando do tema foi publicado em 24 de março. Mira os beneficiários unipessoais, aqueles que não têm dependentes.
Esse grupo agora só poderá ingressar no programa social com a realização de entrevista domiciliar que comprove sua situação de vulnerabilidade. Antes, bastava uma autodeclaração. Leia a íntegra das novas normas (PDF – 251 kB).
Hoje, mais de 3,5 milhões dos que recebem o Bolsa Família são de famílias formadas por uma só pessoa. Desde o início do mandato de Lula, houve um corte de 2,4 milhões nesse grupo, sendo o recuo mais significativo registrado em março deste ano. Especialistas indicam que é nesse estrato de unipessoais que se concentram as fraudes.
O número geral de famílias no Bolsa Família é de 20.503.423, já incluindo os 3,5 milhões de unipessoais.