O Partido deixou a base aliada após a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência
O PDT, partido que até então apoiava o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados, decidiu nesta terça-feira (6/5) seguir um novo caminho: o partido vai atuar de forma independente no Congresso, ou seja, sem seguir automaticamente as orientações do Planalto.
A mudança aconteceu poucos dias depois da saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social. Lupi, que é presidente licenciado do PDT, pediu demissão na última sexta-feira (2/5), após o ministério se envolver em um escândalo de fraudes e desvios no pagamento de aposentadorias e pensões do INSS. Embora ele não tenha sido acusado formalmente, o episódio gerou desgaste dentro do partido.
Veja as fotos
Durante uma reunião com os deputados do PDT, Lupi se defendeu e disse que trabalhou para combater irregularidades no INSS. Ele também afirmou que não teve envolvimento com os casos investigados.
Segundo o G1, os parlamentares acharam a forma como o governo conduziu a saída de Lupi desrespeitosa. Para eles, houve uma “fritura” do ex-ministro, ou seja, uma pressão para que ele deixasse o cargo sem apoio claro do Planalto.
Atualmente, o PDT tem 17 deputados na Câmara. A legenda apoiou Lula no segundo turno das eleições de 2022, mas agora pretende votar de acordo com cada tema — sem se alinhar automaticamente ao governo, nem se juntar à oposição.
O líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), disse ao G1 que a decisão foi unânime e que o PDT vai manter sua própria posição. “Temos pautas em comum com o governo, mas não vamos seguir ordens nem da base, nem da oposição”, explicou.
Além disso, o nome escolhido para substituir Lupi no ministério, o deputado Wolney Queiroz, também causou insatisfação entre os pedetistas, que não se sentem representados por ele.