Congresso em Foco

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A deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) denunciou nesta segunda-feira (5) episódios recorrentes de discriminação dentro da Câmara dos Deputados. Segundo ela, servidores da Casa frequentemente questionam se ela é, de fato, parlamentar, mesmo quando está com o broche que identifica os membros da Câmara.

“Todas as vezes que entro sou barrada, e me perguntam se sou ou não deputada. E estou sempre usando o meu brochinho. Eu acho, deputado, presidente em exercício, que talvez seja pela minha cor”, afirmou em sessão no plenário da Casa. A parlamentar disse ainda que o constrangimento se repete em diferentes pontos do prédio, inclusive nos elevadores.

A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) relata que tem sido abordada por servidores da Casa, que não acreditam que ela seja parlamentar.

A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) relata que tem sido abordada por servidores da Casa, que não acreditam que ela seja parlamentar.Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Em resposta, o deputado Lula da Fonte (PP-PE), que presidia a sessão no momento, se comprometeu a acionar a Polícia Legislativa para apurar a denúncia.

Leia abaixo a transcrição da fala da deputada no plenário:

“Eu queria deixar registrado o assédio que estou sofrendo em todos os momentos que adentro tanto o prédio do Congresso quanto o plenário. Eu acho, presidente [deputado Lula da Fonte (PP-PE), que presidia a seção naquele momento], que os funcionários e as funcionárias da Casa têm instrumentos para reconhecer quem é deputado ou deputada. Até mesmo o uso do broche nos identifica quando entramos na Casa. Todas as vezes que entro sou barrada, e me perguntam se sou ou não deputada. E estou sempre usando o meu brochinho.

Eu acho, deputado, presidente em exercício, que talvez seja pela minha cor, porque não é possível que a gente precise ser identificada pela cor. Então, ao entrar aqui agora, com o uso do broche, fui barrada para saber se eu era ou não deputada. Só que isso está acontecendo todas as vezes que entro no elevador, que entro no prédio. Não sei se é por conta da minha roupa, não sei se é por conta da minha cor.

Então eu queria fazer esse registro e pedir providências de Vossa Excelência, para não ser barrada. Não é possível que isso só aconteça comigo. Eu já estou achando que é por conta da minha cor. Infelizmente, os funcionários deste Congresso não podem verificar a presença ou não dos deputados por conta de roupa ou de cor.

Eu uso o meu broche todas as vezes. Sei que existe uma relação com a fotografia de todos os deputados e não gostaria mais que isso voltasse a acontecer aqui na Casa.

Muito obrigada.”



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