Ex-deputado federal, Queiroz é presidente estadual do PDT (Partido Democrático Trabalhista) em Pernambuco; integrou a equipe de transição de governo em 2022
O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, 52 anos, foi empossado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 6ª feira (2.mai.2025). Filiado ao PDT (Partido Democrático Trabalhista), o ex-deputado federal assume o ministério depois do pedido de demissão de Carlos Lupi.
Secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Wolney Queiroz é da base aliada ao governo. Está filiado ao PDT desde 1992 e é o atual presidente estadual do partido em Pernambuco. Iniciou sua carreira política como vereador em Caruaru (PE), no ano seguinte.
Aos 21 anos, foi eleito deputado federal por Pernambuco. Pouco depois, foi escolhido vice-líder do partido na Câmara dos Deputados. Atuou na Casa Baixa por 6 mandatos consecutivos, a partir de 1995. Tentou a reeleição em 2022, mas não obteve votos suficientes para um novo mandato.
Queiroz foi líder da Oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara em seu último ano de mandato. Em 2022, apoiou uma greve dos funcionários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por meio de suas redes sociais. Acusou o governo Bolsonaro de deixar serviços essenciais sem recursos.
“Bolsonaro detonou os cofres públicos para comprar a reeleição, foi derrotado, e agora a máquina pública está em colapso. Nesta 4ª feira [7.dez.2022], o INSS afirmou que vai paralisar suas atividades por falta de recursos. A pergunta que fica é: Onde está o dinheiro do instituto, Bolsonaro?”, escreveu o então deputado em seu perfil no X.
Durante sua passagem pela Câmara, Queiroz presidiu as comissões de Educação e Cultura, Trabalho e Administração e Serviço Público. Segundo sua biografia no site do Ministério da Previdência, o novo ministro atuou em defesa dos direitos do consumidor, contra o trabalho escravo e contra a retirada de direitos. Também representou o Brasil em conferências internacionais da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Queiroz tem trajetória política ligada a Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e seu antecessor no comando do Ministério da Previdência Social. Ambos participaram juntos de diversos eventos –um dos mais recentes foi no Recife (PE), em fevereiro, em um ato promovido pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD). Em 2022, Queiroz também integrou a equipe de transição entre os governos de Bolsonaro e Lula, depois de indicação de Lupi.
OPERAÇÃO SEM DESCONTO
A PF deflagrou em 23 de abril a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A ação cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.
De acordo com a PF, a investigação identificou irregularidades nos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.
O governo informou que, em 2023, a CGU (Controladoria Geral da União) iniciou uma série de apurações sobre o aumento no número de entidades e nos valores descontados dos aposentados. A partir desse processo, foram feitas auditorias em 29 entidades que tinham ACTs (Acordos de Cooperação Técnica) com o INSS. Também foram realizadas entrevistas com 1.300 aposentados que apresentavam descontos na folha de pagamento.
Segundo o governo, a CGU identificou que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços oferecidos aos beneficiários. Dos entrevistados, a maioria afirmou não ter autorizado os descontos. A controladoria também constatou que 70% das 29 entidades analisadas não haviam entregue a documentação completa ao INSS.
Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções, entre elas o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.