Sport registra deficit de R$ 16,5 milhões apesar de receita recorde

O Sport Club do Recife encerrou 2024 com deficit de R$ 16,5 milhões, apesar de ter alcançado uma receita operacional líquida de R$ 135,9 milhões. O balanço financeiro foi divulgado na 4ª feira (30.abr.2025), em parceria com a consultoria Alvarez & Marsal.

A receita do clube pernambucano quase dobrou em comparação a 2023, quando registrou R$ 72,9 milhões. O principal fator para esse aumento foi a transferência do lateral-direito Pedro Lima para o Wolverhampton, da Inglaterra, por 10 milhões de euros (cerca de R$ 59 milhões na cotação da época).

A negociação com o clube inglês é considerada a maior da história do futebol nordestino. A 1ª parcela, equivalente a 60% do valor total, foi paga em dezembro de 2024, com o restante previsto para ser quitado até o final de 2025.

No detalhamento do balanço, a “cessão de direitos contratuais”, categoria que inclui a venda de Pedro Lima, somou R$ 60,2 milhões, representando quase metade de todas as receitas do Sport em 2024. Em 2023, o clube havia obtido apenas R$ 2,7 milhões nessa mesma categoria.

As outras fontes de receita do clube em 2024 foram distribuídas entre direitos televisivos e premiações (R$ 25,1 milhões), ações comerciais, marketing e publicidade (R$ 19,3 milhões), contribuição de associados (R$ 15,1 milhões) e receita em jogos (R$ 14,4 milhões). Esta última foi a única que apresentou valor menor que o registrado no ano anterior.

O deficit aconteceu porque as despesas cresceram proporcionalmente mais que as receitas. Do valor pago pelo Wolverhampton, 30% ficaram com o próprio atleta e seu agente. Isso gerou um registro de R$ 22,1 milhões como “repasse financeiro de direitos econômicos”, item que não constava no balanço de 2023.

Os gastos com o departamento de futebol também aumentaram, passando de R$ 49,1 milhões em 2023 para R$ 63,2 milhões em 2024. As “despesas gerais” quase dobraram no mesmo período, saltando de R$ 9,4 milhões para R$ 17,3 milhões.