Congresso em Foco

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O mundo se volta para o Vaticano e sente a perda do papa. Francisco mudou muitas coisas na igreja, com seu jeito simples de ser, com suas mensagens, com seus documentos: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (Evangelii gaudium, 49).

O papa inovou até no local de ser enterrado, deixando escrito onde e como deveria ser sepultado. Habitualmente, os papas são enterrados na Basílica de São Pedro. Ele expressou em seu testamento a vontade de um enterro modesto, na Basílica Papal de Santa Maria Maior, fora do Vaticano, tendo somente a inscrição Franciscus no túmulo: “O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial”, disse.

Ele foi enterrado da forma despojada como viveu, sem pompas, sem luxos embora muitos rituais e símbolos estejam envolvidos na despedida do líder máximo da igreja católica.

A escolha do novo papa mobiliza o mundo e carrega o peso de renovar a missão da Igreja

A escolha do novo papa mobiliza o mundo e carrega o peso de renovar a missão da IgrejaCecilia Fabiano/LaPresse/DiaEsportivo/Folhapress

No mesmo dia da morte de Francisco a mídia já perguntava sobre quem será o novo papa. Fazem listas dos papáveis, nomes fortes do catolicismo, que são candidatos a ocupar o posto vago (a sede vacante) deixado por Francisco. Os cardeais com menos de 80 anos são candidatos, podem votar e podem ser votados no conclave. Nas listas dos possíveis papas, constam alguns nomes bons. Alguns com perfis parecidos com o de Bergoglio, que renovou o colégio de cardeais. Um asiático, um africano – pensando bem, seria bom se houvesse um rodízio entre os continentes. Depois do primeiro latino-americano, agora a vez poderia ser de um primeiro papa asiático, ou um papa africano. Pensando melhor ainda, será ótima a surpresa de um nome que não figurava nas listas, que não era cotado, que não era falado, ser o anunciado no habemus papam.

Interrogados, os cardeais afirmam que Deus conduzirá a eleição do novo pontífice, mas sabemos que os votantes são seres humanos e que o mais votado carregará em suas costas o peso de uma instituição de dois mil anos, complexa, diversificada, problemática, mas que segue marcando presença no mundo contemporâneo, atraindo e afastando fiéis. O eleito vai arcar também com o legado do seu antecessor, que tinha ferrenhos opositores.

Boa parte do mundo espera que o próximo chefe máximo do catolicismo seja semelhante a Francisco. A humanidade precisa de lideranças que falem contra as armas, contra as guerras. O mundo necessita de líderes que quebrem protocolos, que rompam com o estabelecido, acolhendo os excluídos, fazendo um contraponto ao conservadorismo e a extrema-direita.


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