Apagões em países europeus reacendem alertas sobre possíveis ataques cibernéticos em larga escala
Após apagões que deixaram países europeus em alerta nesta semana, chegou-se a levantar a hipótese de um ataque cibernético em larga escala – possibilidade que, mais tarde, foi descartada pelas autoridades. Ainda assim, o portal LeoDias conversou com um especialista para entender: o Brasil corre risco de enfrentar um apagão digital?
Antes de tudo, é importante entender o que é um apagão cibernético. Segundo Renato Cunha, especialista em prevenção de fraudes e defesa cibernética, há diversos tipos de ataques capazes de interromper serviços em larga escala, entre eles, os ataques de ransomware, os de negação de serviço e os ataques diretos à infraestrutura.
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Esses últimos exploram vulnerabilidades como má configuração de sistemas, ausência de atualizações ou até mesmo o envolvimento de pessoas internas, que facilitam o acesso por meio de ferramentas remotas. E claro, os impactos podem ir muito além da interrupção de serviços essenciais, como o fornecimento de energia.
“Um ataque dessa magnitude vai parar praticamente tudo com os apagões generalizados, interrompendo o fornecimento para residências, hospitais, sistemas de gás e água com esses blackouts. E imagine hospitais, por exemplo, sem energia com aqueles pacientes que dependem de aparelhos, é uma catástrofe completa”, afirma o especialista.
Além dos danos operacionais, esse tipo de ataque abala a confiança pública, ao expor fragilidades na segurança cibernética do país. No caso do Brasil, o especialista alerta que também estamos suscetíveis a ataques que comprometem sistemas de monitoramento e fornecimento de eletricidade, cenário semelhante às suspeitas iniciais em Portugal e na Espanha.
Renato lembra que o Brasil já enfrentou um episódio semelhante em 2021, embora, na ocasião, o fornecimento de energia não tenha sido comprometido. Ainda assim, ele reforça que o país participa de diálogos internacionais e adota boas práticas para fortalecer a defesa cibernética e que é importante cobrar esse tipo de iniciativa.
Por fim, o especialista também destaca a importância da conscientização individual e explica como os usuários podem se proteger de ameaças digitais: “É interessante que as pessoas tenham mantimentos de emergência, que deixem lanternas com baterias carregadas, estoque de alimentos não perecíveis e água potável para pelo menos 4, 5 dias”, afirma.