Alexandre Nero relatou como a ‘pior dor do mundo’ e nunca mais se esqueceu do cálculo renal

Alexandre Nero relatou como a ‘pior dor do mundo’ e nunca mais se esqueceu do cálculo renal


Urologista explica o que fazer durante crises e como prevenir o quadro de pedra nos rins

Divulgação/GloboAlexandre Neto interpreta Marco Aurélio na novela global "Vale Tudo"
Alexandre Neto interpreta Marco Aurélio na novela global “Vale Tudo”

No ar como Marco Aurélio, de “Vale Tudo”, novela exibida pela Globo às 21h, o ator Alexandre Nero relatou, em suas redes sociais, qual foi a pior dor que já sentiu na vida. Em 2023, o galã teve que ser afastado às pressas das gravações do folhetim “Travessia” durante uma crise de pedra nos rins. Ao voltar ao set, ele brincou dizendo: Morri mas passo bem. Foi só a pior dor que já senti na vida. Sou vaso ruim”Dois anos após o incidente, ele ainda relembra o quanto sofreu e hoje parece se cuidar mais tentando prevenir novas crises. Assim como ele, muitos outros podem passar por essa situação, já que, de acordo com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a chance de uma pessoa ter um cálculo renal é de 12% na vida, ou seja, uma em cada oito pessoas deve apresentar o problema.

Dr. Karlo Sousa, urologista, revela que essa é a terceira maior dor do mundo que o ser humano suporta conscientemente, perdendo apenas para a neuralgia do trigêmeo e cefaleia em salvas, se equiparando à dor do parto. Os sintomas mais comuns são as cólicas renais, localizadas na lombar. “Ela pode irradiar para a região baixa, de bexiga, inguinal, de forte intensidade. Geralmente, não tem posição para pessoa ficar, e acaba levando o paciente a um pronto atendimento. Pode vir associada a náuseas e vômitos, mas outros sinais que podem ocorrer são alterações na urina, com traço de sangue”, explica.

A pedra nos rins também pode ter sua evolução silenciosa, e o médico salienta que alguns pacientes realmente não desenvolvem essa crise de dor como aconteceu com o ator. Dr. Karlo conta que a dor é causada quando o cálculo está no rim, desce para o canal e estagna nessa região, impedindo que a urina desça, causando a pressão e, consequentemente, a crise. “Alguns pacientes realmente não sentem essa dor, e o grande risco está aí, porque a dor é um sinal para a gente procurar atendimento e fazer exames. Alguns pacientes não têm essa dor e podem acabar com uma evolução desfavorável, que é o cálculo parar ali no canal e, ao longo de anos, perder a função do rim.”

Para prevenir-se, é preciso mudar hábitos cotidianos, como beber mais líquido, se hidratar bem, seja com água, suco, chá, vitamina e o que for da preferência de cada um. Sucos cítricos, como limão e laranja, são considerados substâncias protetoras para esses casos. Reduzir o consumo de sódio é outro fator primordial, pois ele é uma fonte formadora de cálculo renal. Além de, claro, fazer acompanhamento com um especialista, principalmente quem já tem histórico dessa doença.

Lidando com a dor: como descobrir se tenho cálculo renal?

Sousa esclarece que o diagnóstico geralmente é feito com exames de imagem, entre eles ultrassonografia e tomografia, para avaliar tamanho, localização e o grau. Para quem está passando por uma crise, o médico orienta buscar um pronto-socorro.  “Os pacientes que já têm histórico, nós orientamos a ter analgésicos adequados em casa, mas o pronto atendimento é sempre a melhor opção. Durante a crise, nós indicamos a tomografia e, com isso, verificamos se o cálculo tem tamanho suficiente para ser eliminado ou se precisará de procedimento para ser removido”.

Exames laboratoriais que mostram infecção associada ou alteração da função do rim também podem indicar a necessidade de uma intervenção. “Retiramos o cálculo e colocamos o cateter de duplo J, que pode ficar durante um período e ser removido logo na sequência. Com isso, conseguimos deixar cicatrizar aquele local onde estava o cálculo, tendo uma evolução mais favorável”, pontua o urologista.

Em relação à recuperação, o especialista lembra que varia de paciente para paciente, entretanto, em média, a pessoa é afastada das atividades por pelo menos uma semana. Tudo vai depender de como foi o procedimento, se houve a necessidade do cateter e da dificuldade para a extração do cálculo, o que pode impedir que a pessoa volte à rotina por até mais de um mês. Quanto à hereditariedade, ela existe, mas é preciso ir além. “Há a predisposição de até 40% relacionada a esse fator, mas a gente sabe que geralmente é multifatorial, associada a condições como ambiente, pouca ingestão de água, maus hábitos alimentares e sedentarismo. Tudo isso influencia”, adverte Dr. Karlo.





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