Senadora deu voz de prisão a empresário durante CPI das Bets após suspeita de mentiras sob juramento
Soraya Thronicke, relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, determinou a prisão em flagrante do empresário Daniel Pardim Tavares Lima durante sessão do colegiado. A ordem foi motivada por suspeita de falso testemunho prestado pelo convocado, e confirmada pelo presidente da comissão, deputado Dr. Hiran (PP-RR), após uma breve suspensão dos trabalhos para deliberação entre os parlamentares.
O empresário havia sido convocado como testemunha, o que lhe permitia o direito ao silêncio, mas exigia veracidade nas respostas oferecidas. Segundo os senadores, ele omitiu informações importantes e mentiu ao declarar que não conhecia Adélia de Jesus Soares, também chamada a depor na mesma sessão, mas que não compareceu. De acordo com a senadora, Adélia é sócia de Lima em uma empresa que atua no ramo de pagamentos ligados ao mercado de apostas online. “Ele começou mentindo desde o começo, dizendo que não conhece o seu sócio”, declarou Thronicke durante a reunião.
A empresa mencionada por Soraya Thronicke é a Peach Blossom River Technology, da qual o empresário e Adélia seriam sócios. Ela também seria ligada à Payflow, companhia sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por supostas atividades de lavagem de dinheiro e movimentações financeiras irregulares. O empresário, segundo os parlamentares, negou qualquer vínculo com Adélia, mesmo diante de evidências documentais apresentadas na sessão.
Ainda na noite anterior ao depoimento, a defesa de Lima entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a obrigação de responder a perguntas na comissão. O pedido, porém, não foi acolhido pelo ministro Edson Fachin. Durante a sessão, o empresário permaneceu calado por cerca de 15 minutos iniciais e se recusou a responder à maioria das perguntas feitas pelos integrantes da CPI. A insistência em negar conhecimento de Adélia motivou a decisão da relatora de solicitar a prisão imediata.
Após a determinação de Soraya Thronicke, a defesa do empresário protestou e alegou abuso de autoridade por parte da relatora. Diante da contestação, a senadora respondeu: “Me processe então”. A sessão foi interrompida e retomada alguns minutos depois com a confirmação da prisão por parte do presidente da comissão. Em seguida, a Polícia Judiciária foi acionada para conduzir Daniel Pardim sob custódia, seguindo os protocolos estabelecidos pelo regimento do colegiado.