Apresentadora e diretora da emissora expressou preocupação com a perda da criatividade na televisão atual e propôs retorno às raízes
Na noite desta terça-feira (29/4), Silvia Abravanel participou do Programa Flávio Ricco, transmitido pela LeoDiasTV, onde compartilhou suas opiniões sobre os rumos da televisão contemporânea e o futuro do SBT. A apresentadora demonstrou preocupação com a crescente automação no setor e defendeu a valorização da criatividade e improvisação que marcaram a era de ouro da TV brasileira.
“Chata! Porque, se fosse uma televisão como era antigamente, que você tinha que fazer televisão… E nós somos da época em que, na televisão, você tinha que cantar, você tinha que subir um cenário com corda, porque não tinha um botãozinho que você apertava e o negócio subia automaticamente. A gente fez televisão, lá a gente aprendeu a fazer televisão. Você tinha o seu baú, com seu caderno, com seu post-it… você tinha que usar a cabeça de verdade”, declarou Silvia, referindo-se à atual dependência de tecnologias como a Inteligência Artificial.
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Ela enfatizou que, no passado, os profissionais precisavam improvisar durante programas ao vivo, o que conferia autenticidade e emoção às produções. “Você tinha que, às vezes, em um programa ao vivo, improvisar, porque era aquela coisa: você estava ali, errava, acertava, caía, levantava, mas tinha que fazer ali”, relembrou.
Silvia também expressou preocupação com a homogeneização dos conteúdos televisivos atuais, alertando para a perda da “borboleta na barriga” que vinha com a criação e roteirização manual. “Vai ficar tudo igual. Não vai mais ter o filho, como a gente chama. Eu tinha o Roda Roda como meu filho. Cada cenário era diferente, cada convidado que vinha era diferente. A gente não sabia se ia render ou se não ia render. A gente tinha aquela coisa de produção mesmo”, afirmou.
Ao discutir o futuro do SBT, Silvia sugeriu que a emissora resgate formatos clássicos e valorize os talentos internos. Ela mencionou a possibilidade de testar apresentadores da casa em programas tradicionais, como “Qual é a Música?”, e destacou a importância de permitir que o público se acostume com a nova fase da emissora.