PT cobra documentos do BRB para compra do Master

PT cobra documentos do BRB para compra do Master


Em reunião no Banco Central, deputados petistas disseram que há dúvidas sobre qual será a operação do banco estatal 

Deputados do PT (Partido dos Trabalhadores) disseram nesta 3ª feira (29.abr.2025) que o BRB (Banco de Brasília) não entregou todos os documentos necessários para que o BC (Banco Central) analise a compra do Banco Master. Ainda há dúvidas, segundo eles, sobre qual fatia será incorporada ao banco estatal. 

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, recebeu nesta manhã a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e os deputados distritais Chico Vigilante (PT-DF) e Gabriel Magno (PT-DF) para tratar da operação entre os bancos. 

A análise só será encaminhada ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) depois que a definição de a operação “se completar”, segundo Vigilante. “O Banco Central tem até 365 dias para analisar a documentação. Isso não quer dizer que eles vão demorar 365 dias. A verdade é que o Banco de Brasília não complementou a documentação para análise do Banco Central”, disse. 

Assista ao vídeo (4min33s)

Magno declarou que houve o envio de um arquivo com mais de 2.000 páginas, mas as informações ainda são insuficientes. Segundo o deputado distrital, o BC elencou os “melhores quadros” da autoridade monetária para avaliar a operação. 

“[O BRB] Não definiu ainda, que é o principal objeto da análise, o escopo da operação, quais são os ativos que serão incorporados. Isso é fundamental para que o próprio Banco Central possa ter um parecer final sobre a viabilidade do BRB e do Banco Master”, disse Magno.

Galípolo disse na 3ª feira (22.abr.2025) da semana anterior que o Banco Central não julga a “conveniência” da compra ou venda de instituições financeiras. O trabalho da autoridade monetária é avaliar se a operação permite a viabilidade econômica da aquisição tanto para o banco comprador quanto para o que sobrará da instituição financeira adquirida. 

Os deputados avaliam que o Banco Master tem carteira de ativos de alto risco, como precatórios e empréstimos a empresas em recuperação judicial. Defendem que, sem a compra dos ativos mais preocupantes, a instituição financeira deixará de ter viabilidade econômica. 

O BRB contratou uma auditoria privada e está esperando o resultado para fazer uma análise dos ativos. “O que nós estamos questionando é que, como se viabiliza uma operação financeira comprando só os ativos bons e o lado que fica com os ativos ruins, qual a capacidade de sobrevivência?”, disse Magno. 

O deputado Chico Vigilante criticou a compra da parte podre. Disse que “ou os dois vão sobreviver ou nenhum vai sobreviver”. Para ele, “não existirá o negócio”

A deputada Erika Kokay declarou que, por outro lado, ao retirar a “parte boa” do Banco Master, o BRB será prejudicado.

APROVAÇÃO NA CÂMARA

Os deputados do PT querem votar a compra do Banco Master na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Defendem que a Lei Orgânica exige a avaliação da aquisição na Casa. 

É importante e fundamental que se cumpra a Lei Orgânica e que essa discussão seja feita e que representa o povo de Brasília, que é o acionista do BRB, para discutir, inclusive, a conveniência [da compra], disse Erica. 

Vigilante declarou que é necessário que o governo do Distrito Federal encaminhe a proposta à Câmara Legislativa. 

Magno defendeu que a votação é fundamental para definir se a operação vai seguir ou não. A Procuradoria da Câmara Legislativa dará o subsídio técnico para definir a necessidade de apreciação. Vigilante declarou que acionará o Judiciário se a Câmara negar.

A operação precisa, para iniciar, no nosso entendimento, da autorização legislativa. Sem autorização legislativa, a direção do BRB não poderia operacionalizar o negócio e a compra. Essa vai ser a nossa grande briga agora”, disse o deputado distrital.





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