Parlamentares entraram com uma ação popular com o objetivo de paralisar o projeto; eles alegam que o maquinário começou a quebrar o concreto embaixo do Elevado sem debater com a população

A Prefeitura de São Paulo começou nesta segunda-feira (28), uma obra para abrir um bolsão de estacionamento embaixo do elevado João Goulart, conhecido como Minhocão, no centro da capital. A medida, segundo o vice-prefeito Ricardo Mello Araújo (PL), é feita para atender a moradores e comerciantes locais, “mas principalmente”, afirma, para acabar “com o descarte de lixo irregular que ocorre” sob o elevado. O local também costuma ser usado e frequentado por pessoas em situação de rua.
O Executivo municipal diz, em nota, que o bolsão vai ser implantado de forma experimental no início, e somente em um único trecho. A ciclovia que existe no local vai permanecer, mas com ajustes para se adequar à nova geometria. A execução das obras conta também com os apoios da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) e da Secretaria Municipal das Subprefeituras.
“A ideia é ver se daria certo para as pessoas, com os carros estacionados aqui, se acabasse com esse descarte irregular de lixo que ocorre. A gente vai fazer um teste. O que não dá é para deixar do jeito que está: esse Minhocão toda vez sujo”, disse o vice-prefeito em um vídeo publicado nas suas redes sociais. “As pessoas não conseguiam nem andar, nem bicicletas e nem transeuntes. Este é um (projeto) piloto. Só neste trecho aqui. Vamos ver se dá certo”, acrescentou o vice-prefeito. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) está em viagem pela Ásia, em visita à China e ao Japão, e deverá retornar nesta quinta-feira (1).
Vereadores entram com ação para paralisar as obras
O vereador Nabil Bonduki (PT) afirmou nas redes sociais que ele e a vereadora Renata Falzoni (PSB) entraram com uma ação popular contra a Prefeitura para paralisar as obras executadas na altura do número 370 da Rua Amaral Gurgel, na Vila Buarque. Os parlamentares alegam que o maquinário começou a quebrar o concreto embaixo do Minhocão sem debater com a população via conselhos municipais de Transporte de Trânsito e Participativo da Sé, e sem avaliação técnica e estudos de drenagem do local.

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Bonduki diz que a medida poderá agravar mais o congestionamento na região porque, para usar o bolsão, será necessário “cruzar o corredor de ônibus para manobrar”, e afirma ainda que a proposta “contraria os princípios do Plano de Diretor”, uma vez que estimula o uso de carros. “Com a ação popular, queremos paralisar essa obra absurda, incentivando que haja um debate público e uma melhor análise sobre a real necessidade desse gasto do dinheiro público”, afirma o vereador.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nátaly Tenório