PF identifica rede de repasses milionários ligados ao INSS; carro de luxo está entre os bens rastreados

PF identifica rede de repasses milionários ligados ao INSS; carro de luxo está entre os bens rastreados


Investigação revela pagamentos de mais de R$ 17 milhões a representantes e ex-diretores do instituto; Porsche Taycan foi transferido para esposa de ex-procurador-geral

Uma investigação da Polícia Federal revelou que representantes e ex-diretores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receberam mais de R$ 17 milhões de pessoas ligadas a entidades que aplicavam descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas. O esquema, segundo os investigadores, envolvia o uso de intermediários para movimentar os valores e disfarçar os destinatários finais.

Veja as fotos

Reprodução/Agência Brasil

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)Reprodução/Agência Brasil

WhatsApp Image 2025 04 24 at 10.05.55

INSS

WhatsApp Image 2025 04 24 at 10.05.55 1

INSS

Reprodução/Agência Brasil

Alessandro Stefanutto, presidente do INSSReprodução/Agência Brasil

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado


Entre os nomes citados no relatório estão os ex-diretores André Fidelis e Alexandre Guimarães. André, que esteve à frente da Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, teria repassado parte dos valores ao seu filho, o advogado Eric Fidelis. De acordo com a PF, Eric recebeu R$ 5,1 milhões de empresas que intermediavam recursos para associações ligadas ao esquema.

Já Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS, teria sido beneficiado com mais de R$ 300 mil, repassados por meio de uma empresa de sua propriedade. A operação financeira foi intermediada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como principal articulador da rede de repasses.

Outro nome que aparece no relatório é o de Virgílio Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, que foi afastado do cargo por decisão judicial. A Polícia Federal aponta que a esposa de Virgílio recebeu transferências em dinheiro e um carro de luxo,um  Porsche Taycan, avaliado em mais de R$ 500 mil,  como parte dos benefícios financeiros atribuídos ao casal. No total, empresas ligadas aos dois teriam movimentado mais de R$ 11 milhões com origem nas entidades envolvidas.

A PF identificou ainda que Virgílio teve um aumento patrimonial de mais de R$ 18,3 milhões durante o período em que o esquema teria operado, valor atribuído no relatório ao que os investigadores chamam de “farra do INSS”.

Empresas espelho e repasses disfarçados

O relatório também mapeia o uso de empresas do tipo Sociedade de Propósito Específico (SPE), controladas por Antônio Carlos Camilo Antunes, como parte do esquema de blindagem financeira. Segundo a PF, 22 empresas ligadas a ele receberam juntas R$ 53,5 milhões. Essas companhias compartilhavam características comuns, como endereço, telefone, capital social e natureza jurídica, todos voltados à compra e venda de imóveis, uma possível tentativa de dificultar o rastreamento dos valores.

 



Source link