Eletrobras define novo conselho com 3 nomes do governo federal

Eletrobras define novo conselho com 3 nomes do governo federal


Colegiado foi ampliado de 7 para 10 membros, com 3 indicados pelo governo federal; disputa judicial é encerrada depois de acordo

A assembleia de acionistas da Eletrobras aprovou, nesta 3ª feira (29.abr.2025), a maior reformulação no conselho de administração da companhia desde a sua privatização, em 2022. O colegiado foi ampliado de 7 para 10 membros, com a inclusão de 3 representantes da União.

Foram reconduzidos ao conselho 4 dos atuais membros:

  • Vicente Falconi;
  • Ana Silvia Corso Matte;
  • Felipe Villela; e
  • Marisete Pereira.

Os novos nomes são os de Carlos Marcio Ferreira e José João Abdalla Filho.

Ferreira foi indicado por gestoras como SPX, Opportunity HDF, Oceana Investimentos e Navi Capital, e teve o nome chancelado pela administração da empresa. Com passagens por CPFL, Energisa, Eneva e Light, o executivo tem histórico no setor elétrico.

Já Abdalla entrou como candidato independente, fora da lista sugerida pela Eletrobras. Controlador do Banco Clássico e acionista relevante da companhia, ele também ocupa uma cadeira no conselho da Petrobras. Sua eleição foi aprovada mesmo diante de questionamentos sobre a dupla função.

Em votação separada dos acionistas preferencialistas, foi confirmado Pedro Batista, da Radar Gestora, que já integrava o conselho.

UNIÃO

A assembleia também ratificou os 3 nomes indicados pelo governo federal para as novas cadeiras no colegiado:

  • Maurício Tolmasquim;
  • Silas Rondeau; e
  • Nelson Hubner.

Todos possuem experiência anterior no setor de energia e passagens por cargos no governo.

A União garantiu ainda uma cadeira no conselho fiscal da companhia. Como não apresentou um novo nome depois  da desistência de Guido Mantega, foi eleito o suplente Regis Dudena para ocupar a vaga.

ACORDO

Também nesta 3ª feira (29.abr), em assembleia extraordinária, foi aprovado o acordo que amplia a participação da União nos órgãos de governança da empresa. A medida encerra a disputa judicial com o governo federal sobre a privatização da companhia, em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).

O aval já era esperado desde a 2ª feira (28.abr), quando a elétrica informou o resultado parcial da votação à distância dos acionistas, que já indicava apoio suficiente para a aprovação do termo de conciliação. Eis a íntegra (PDF – 172 kB) do mapa dos votos à distância.

Com isso, a União passa a contar com 3 assentos fixos no conselho de administração da Eletrobras (ao todo, são 10 cadeiras), além de assegurar participação no conselho fiscal. Em contrapartida, o governo se compromete a não questionar mais o limite de 10% no poder de voto de qualquer acionista individual ou em bloco. A cláusula foi definida na época da capitalização, em 2022.

A Eletrobras, por sua vez, ganha previsibilidade ao encerrar um impasse jurídico que pressionava o valor de mercado da companhia. Também reduz sua exposição a riscos ligados à Eletronuclear, empresa da qual manteve participação minoritária depois da desestatização.

Apesar de a estatal nuclear ter sido segregada da Eletrobras durante o processo de capitalização, a companhia elétrica permaneceu como acionista com cerca de 33% da empresa responsável por operar as usinas nucleares brasileiras.

Com o acordo, a empresa não terá obrigações em relação à operação ou ao financiamento do setor nuclear.





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