Pagamento será em 13 de maio; o valor total de 2024 chega a R$ 4 bilhões, o maior da história da companhia privatizada em 2022
A Eletrobras anunciou nesta 3ª feira (29.abr.2025) que distribuirá R$ 1,79 bilhão em dividendos adicionais referentes ao exercício de 2024. A proposta foi aprovada durante a assembleia geral ordinária. O pagamento será feito em 13 de maio deste ano.
A companhia afirma que, somados aos dividendos intercalares já pagos em janeiro, o total distribuído sobre o lucro de 2024 será de R$ 4 bilhões. O valor representa 41% do lucro líquido ajustado e configura a maior distribuição de dividendos da história da empresa, privatizada em 2022.
Os acionistas receberão R$ 0,8952 por ação ordinária ou golden share (papel com poder de veto detido pela União) e R$ 0,1110 por ação preferencial de classe B.
A data de corte para ter direito aos valores será 29 de abril, no caso das ações negociadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). No caso dos ADRs (American Depositary Receipts), listados na Bolsa de Nova York, o prazo será 30 de abril.
O pagamento será feito diretamente pela B3 aos acionistas com ações custodiadas na bolsa. Os demais investidores receberão por meio de crédito em conta-corrente, com base nos dados informados à Itaú Corretora.
A Eletrobras informou que os dividendos não reclamados prescrevem depois de 3 anos e retornam à companhia.
REFORMULAÇÃO DO CONSELHO
A assembleia de acionistas também aprovou a maior reformulação no conselho de administração da companhia desde a privatização. O colegiado foi ampliado de 7 para 10 integrantes, com a inclusão de 3 representantes da União.
Foram reconduzidos ao conselho 4 dos atuais integrantes:
- Vicente Falconi;
- Ana Silvia Corso Matte;
- Felipe Villela; e
- Marisete Pereira.
Os novos nomes são os de Carlos Marcio Ferreira e José João Abdalla Filho.
Em votação separada dos acionistas preferencialistas, foi confirmado Pedro Batista, da Radar Gestora, que já integrava o conselho.
Além disso, foram ratificados os 3 nomes indicados pelo governo federal para as novas cadeiras no colegiado:
- Maurício Tolmasquim;
- Silas Rondeau; e
- Nelson Hubner.
Todos têm experiência anterior no setor de energia e passagens por cargos no governo.
A União assegurou ainda uma cadeira no conselho fiscal da companhia. Como não apresentou um novo nome depois da desistência de Guido Mantega, foi eleito o suplente Regis Dudena para ocupar a vaga.
ACORDO
Mais cedo, em assembleia extraordinária, foi aprovado o acordo que amplia a participação da União nos órgãos de governança da empresa. A medida encerra a disputa judicial com o governo federal sobre a privatização da companhia, em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).
O aval já era esperado desde a 2ª feira (28.abr), quando a elétrica informou o resultado parcial da votação à distância dos acionistas, que já indicava apoio suficiente para a aprovação do termo de conciliação. Eis a íntegra (PDF – 172 kB) do mapa dos votos à distância.
Em contrapartida, o governo se compromete a não questionar mais o limite de 10% no poder de voto de qualquer acionista individual ou em bloco. A cláusula foi definida na época da capitalização, em 2022.
A Eletrobras, por sua vez, ganha previsibilidade ao encerrar um impasse jurídico que pressionava o valor de mercado da companhia. Também reduz sua exposição a riscos ligados à Eletronuclear, empresa da qual manteve participação minoritária depois da desestatização.
Apesar de a estatal nuclear ter sido segregada da Eletrobras durante o processo de capitalização, a companhia elétrica permaneceu como acionista com cerca de 33% da empresa responsável por operar as usinas nucleares brasileiras.
Com o acordo, a empresa não terá obrigações em relação à operação ou ao financiamento do setor nuclear.