Votação no Parque São Jorge reprovou exercício financeiro de 2024; gestão é considerada temerária e pode ser enquadrada em lei federal que prevê destituição
O Conselho Deliberativo do Corinthians reprovou, na noite da última segunda-feira (28/4), as contas do clube referentes ao exercício de 2024. A decisão foi tomada em votação realizada no Parque São Jorge e acirra o cenário político em torno do presidente Augusto Melo, que já enfrenta um pedido de impeachment.
Foram 130 votos pela reprovação, 73 pela aprovação e seis abstenções. O parecer do CORI (Conselho de Orientação) considerou a gestão do dirigente como temerária e apontou um aumento de R$ 829 milhões na dívida do clube.
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Presidente Augusto MeloJosé Manoel Idalgo/ Agência Corinthians
Reprodução/Rodrigo Corsi/Ag.Paulistão
Augusto Melo, presidente do Corinthians (Reprodução)
Embora o estatuto do Corinthians não preveja punição automática em caso de reprovação das contas, a decisão pode servir de base para a reabertura ou avanço de processos de destituição. Um pedido de impeachment contra Augusto Melo já tramita no clube desde o fim de 2024, com rito de admissibilidade aprovado, mas sem conclusão após duas sessões interrompidas.
Além do estatuto, a oposição agora se apoia também na Lei Geral do Esporte. A legislação federal determina a destituição de dirigentes em caso de gestão considerada temerária, independentemente de decisão interna do Conselho Deliberativo.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., confirmou a possibilidade de aplicação da norma federal. Segundo ele, existe brechas para reconsiderar a permanência do então presidente do clube. “A lei federal pode ser usada para analisar a gestão de Augusto Melo”, ponderou.
Em resposta, o presidente do Corinthians promete se defender na Comissão de Ética e contesta os números apresentados. Augusto Melo não reconhece os dados informados pelo CORI relativos às finanças de seu primeiro ano de mandato.
Os próximos passos dependem da evolução do processo interno e da análise jurídica sobre a validade da Lei Geral do Esporte como instrumento de destituição direta no ambiente associativo do clube.
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