O Ministério das Relações Exteriores confirmou, na noite de domingo, 27 de abril, a morte de Kira Salim, brasileira de 34 anos, após um atropelamento em massa durante um festival cultural na cidade de Vancouver, no Canadá.
Lamentavelmente, o trágico incidente ocorreu na noite de sábado, 26, por volta das 20h no horário local. Isso porque um veículo invadiu uma área movimentada do evento em um bairro da zona sul da cidade.
Turista morre nas escadarias do Cristo Redentor
Kira morava no Canadá desde 2022. Natural do Rio de Janeiro, era filha de mãe argentina e pai gaúcho. Vivendo em Vancouver com o marido, uma cadela resgatada no Brasil e cinco gatos, a brasileira levava uma vida marcada por causas sociais, amor pelos animais e dedicação à educação e à música. Segundo sua família, Kira fazia questão de afirmar que era uma pessoa trans, não-binária.
Ela trabalhava como conselheira escolar na Fraser River Middle School, em New Westminster, e havia obtido o registro oficial como Conselheira Clínica na Associação de Conselheiros Clínicos da Colúmbia Britânica (BCACC). Em suas redes sociais, descrevia seu trabalho como professora de música do ensino médio, atuando com banda, coro e música geral, além de adaptar recursos acadêmicos para estudantes neurodivergentes e com deficiência.
“Minha missão pessoal é facilitar e orientar jovens e comunidades marginalizadas para prosperarem em suas vidas”, escreveu em sua biografia profissional.
Festival no Canadá reunia milhares em homenagem a herói
O atropelamento ocorreu durante as celebrações do Dia de Lapu-Lapu, evento cultural que presta homenagem ao chefe indígena filipino que derrotou o navegador português Fernão de Magalhães no século XVI. Cerca de 100 mil pessoas passaram pelo festival ao longo do sábado. O impacto da tragédia abalou a comunidade filipina no país, que representa quase 1 milhão de pessoas, o equivalente a 2,5% da população canadense.
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De acordo com a polícia de Vancouver, pelo menos 11 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas. As vítimas tinham entre 5 e 65 anos, de acordo com a rede CBC. Testemunhas relataram cenas de horror após o carro invadir a via. Yoseb Vardeh, co-proprietário de um food truck presente no evento, afirmou:
“Saí do meu food truck, olhei para a rua e havia corpos por toda parte. Ele passou por todo o quarteirão, foi reto no meio da rua”, disse ele, primeiramente.
Em seguida, James Cruzat, empresário que também estava no local, relatou ter ouvido o som do motor acelerando antes de um “estrondo alto”. “Vimos várias pessoas chorando na estrada, outras corriam ou até gritavam por ajuda. Encontramos alguns corpos no meio da rua. Alguns estavam mortos e outros feridos”, declarou.
Polícia descarta terrorismo e mantém suspeito sob custódia
As autoridades locais informaram que o motorista foi preso pouco depois do incidente. A polícia de Vancouver confirmou a detenção por meio das redes sociais. A identidade do condutor ainda não foi revelada, mas segundo a rede CBC, trata-se de um homem na faixa dos 30 anos. O chefe interino da polícia da cidade, Steve Rai, afirmou que ele estava sozinho no veículo e que “era conhecido pela polícia em certas circunstâncias”.
Em nota oficial, o departamento policial declarou: “Neste momento, estamos confiantes de que o incidente não foi um ato de terrorismo”. O caso segue sob investigação, enquanto as famílias das vítimas aguardam mais esclarecimentos.
“Estou chocado e profundamente triste com o terrível incidente no evento do Dia de Lapu-Lapu de hoje. Trabalharemos para fornecer mais informações o mais breve possível. […] Nossos pensamentos estão com todos os afetados e com a comunidade filipina de Vancouver neste momento incrivelmente difícil”, afirmou um representante local após o ocorrido, por fim.
