Dólar fecha abaixo de R$ 5,65 com fluxo e sinal de Galípolo sobre Selic

Dólar fecha abaixo de R$ 5,65 com fluxo e sinal de Galípolo sobre Selic


Com mínima a R$ 5,6470, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,70%, a R$ 5,6480, menor valor de fechamento desde 3 de abril (R$ 5,6281), dia seguinte ao tarifaço de Donald Trump

CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDODólar cai mais de 1% e fecha a R$ 5,80 em dia de altas de divisas emergentes e do petróleo
O real se apreciou apesar do dia negativo para seus principais pares latino-americanos, e o ambiente externo marcado por pouco apetite ao risco

O dólar se firmou em baixa ao longo da tarde, furou o piso de R$ 5,65 e emendou nesta segunda-feira (28), o sétimo pregão consecutivo de queda. Com mínima a R$ 5,6470, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,70%, a R$ 5,6480 – menor valor de fechamento desde 3 de abril (R$ 5,6281), dia seguinte ao tarifaço anunciado por Donald Trump. A divisa acumula desvalorização de 4,11% nos últimos sete pregões, o que leva as perdas no ano a 8,1%.

O real se apreciou apesar do dia negativo para seus principais pares latino-americanos, os pesos mexicano e chileno, e o ambiente externo marcado por pouco apetite ao risco, diante da ausência de sinais concretos de negociações comerciais entre EUA e China. Operadores afirmam que a moeda brasileira pode ter se beneficiado de fluxo pontual de recursos externos para a bolsa e a renda fixa domésticas. Um ponto que chamou a atenção foi a fala do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterando nesta segunda-feira o desconforto com as expectativas de inflação.

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A perspectiva de pelo menos mais uma elevação da taxa Selic e de manutenção da política monetária em campo restritivo por período prolongado não apenas aumenta a atratividade das operações de carry trade como desestimula a manutenção de posições compradas na moeda americana contra o real.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY recuou e voltou a furar o piso dos 99,900 pontos. A moeda americana caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Em abril, o Dollar Index desce mais de 5%.

No episódio desta segunda-feira da guerra comercial, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, demonstrou otimismo com as negociações comerciais com asiáticos, citando Japão e Coreia do Sul, mas ponderou que as tratativas com a China são mais complicadas e terão de ser “conduzidas à parte”. Bessent voltou a dizer que cabe aos chineses diminuir as tensões comerciais, dado que o nível atual das tarifas “é insustentável”.

Do lado chinês, o ministério das Relações Exteriores afirmou que não houve diálogo recente entre o presidente Xi Jinping e Trump – e que os dois governos não estão tentando neste momento fechar um acordo. “Se os EUA realmente querem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, precisam parar de ameaçar e chantagear “, disse o porta-voz do ministério, Guo Jiakun. Na sexta-feira, em entrevista publicada pela Time, Trump disse que Xi havia ligado para ele.

Por aqui, depois das falas vistas como dovish dos diretores do BC Nilton David (Política Monetária) e Diogo Guillen (Política Econômica), o tom do presidente do BC nesta segunda em um evento do J. Safra soou um pouco mais duro aos investidores e pode ter contribuído para o recuo da taxa de câmbio.

Galípolo afirmou que o BC tem uma certeza razoável de que a taxa Selic está em nível contracionista, mas ainda tenta entender se o juro já é restritivo o bastante. “Estamos aqui tateando para entender se o nível que a gente está caminhando – importante o gerúndio aqui -, se o nível que nós estamos caminhando está chegando no patamar contracionista o suficiente para a convergência da inflação”, disse.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira





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