Senado deve votar projeto para definir mínimo de cacau em chocolates

Senado deve votar projeto para definir mínimo de cacau em chocolates


Proposta determina que produtos sem percentual mínimo devem trazer informação na embalagem

O Senado deve votar na próxima semana um projeto para estabelecer percentuais mínimos para diferentes tipos de chocolate. A proposta consta na pauta de 3ª feira (29.abr.2025). Leia a íntegra (PDF – 155 kb). 

De acordo com o texto substitutivo, os percentuais mínimos são:

  • chocolate ao leite – 25% de sólidos totais de cacau e 14% de sólidos totais de leite ou derivados;

  • chocolate branco – 20% de manteiga de cacau e 14% de sólidos de leite. Precisa ser isentos de matérias corantes;

  • amargo ou meio amargo – 35% de sólidos totais de cacau, sendo, pelo menos, 18% de manteiga de cacau e 14% devem ser isentos de gordura;

  • chocolate em pó – 32% de sólidos totais de cacau;

  • cacau em pó – 10% de manteiga de cacau (base seca) e máximo de 9% de umidade.

As regras passariam a valer 3 anos depois de sancionadas.

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O texto também determina regras para rotulagem e para a publicidade de produtos nacionais e importados com derivados de cacau.

  • “contém X% de cacau” – obrigatoriedade de indicar o percentual de cacau nos rótulos e peças publicitárias;
  • destaque visual – produtos que não se enquadram nas categorias formais de chocolate devem incluir a mensagem: “Este produto não é considerado chocolate pela legislação brasileira”, com destaque visual;
  • outras gorduras vegetais – produtos com gorduras vegetais diferentes da manteiga de cacau devem informar isso claramente.

No caso de chocolates importados, caberá às importadoras garantir as informações.

CRÍTICAS NAS REDES SOCIAIS E ESCASSEZ DE CACAU

O percentual pequeno de cacau em chocolates ou similares tem sido criticado por usuários de redes sociais.

“Essa Páscoa foi uma enganação, tudo SEM chocolate, só sabor chocolate. Mesmo com a crise do cacau, empresas tinham que atender os 2 públicos, os que pagaram para comer chocolate mesmo e os que se contentam com gordura, açúcar e corante”, disse uma internauta no X (ex-Twitter). 

A escassez de matéria-prima, agravada por problemas climáticos e sanitários na África, provocou a disparada nos preços. O Brasil, líder na produção de cacau na década de 1980, ocupa hoje a 7ª posição no ranking global depois de ter suas plantações na Bahia dizimadas pela praga da vassoura da bruxa. 

O cultivo do cacau cresce no Pará e representa uma oportunidade para aumentar a produção nacional. O cacaueiro, no entanto, demora 4 anos para iniciar a produção, o que não resolve o problema atual de oferta. O café também registrou alta expressiva, de 140% em 12 meses.





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