Em entrevista ao ge, ex-treinador da Seleção revelou quando soube da desistência de Ancelotti e detalhou os bastidores da sua saída em meio à crise política da CBF
Fernando Diniz falou pela primeira vez, de forma direta, sobre sua saída da seleção brasileira e os bastidores da relação entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o técnico Carlo Ancelotti. Em entrevista ao ge, o ex-comandante da Seleção relatou que só soube da desistência do treinador italiano no momento de sua demissão.
“Isso [chegada do Ancelotti] foi uma coisa absolutamente aberta, muito clara. Eu só soube [que ele não viria mais] quando fui demitido. ‘Ele não vem mais, então vamos mudar o plano’”, afirmou Diniz.
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Fernando Diniz não teve uma boa temporada com o Cruzeiro (Luis Garcia/AGIF)
Fernando Diniz chorou em coletiva (Reprodução
A passagem de Diniz pela Seleção ocorreu entre 2023 e 2024, em caráter interino, enquanto ele também exercia a função de técnico do Fluminense. O arranjo havia sido acordado com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que contava com a chegada de Ancelotti no ano seguinte.
Segundo Diniz, o plano previa a manutenção do trabalho em paralelo até a efetivação de um novo treinador. Com a indefinição sobre a vinda de Ancelotti, o cenário mudou.
“Você pode fazer as duas leituras: de que não foi o combinado e também de que foi o combinado. Porque tinha uma conversa do Ancelotti vir e eu sair. Então, como o Ancelotti, segundo essa conversa, não iria vir mais, o que o presidente me falou foi: ‘o Ancelotti não vem, e a gente precisa efetivar um treinador’”, explicou.
O ex-treinador também apontou que o momento conturbado da CBF e o desempenho da equipe pesaram na decisão pela sua saída. A derrota para a Argentina no Maracanã, marcada por uma briga nas arquibancadas, foi mencionada como um fator agravante.
“Obviamente, a gente sabe que os resultados e aquele incidente do jogo da Argentina no Maracanã… A gente perdeu o jogo e teve aquela briga, aquela confusão da arquibancada. O momento político da CBF também era ruim. Obviamente, se tivesse ganho as seis partidas não teria a interrupção”, declarou.
Diniz ainda revelou que cogitava a possibilidade de permanecer exclusivamente no comando da seleção brasileira em 2024, diante da indefinição sobre Ancelotti. Contudo, segundo ele, essa conversa sequer chegou a acontecer.
“Isso [ficar só na seleção] era uma possibilidade que estava na minha cabeça. […] Com o que aconteceu no Fluminense, valia provavelmente uma conversa. Não que isso fosse acontecer, mas não deu nem tempo.”
Atualmente, Fernando Diniz está sem clube após uma breve passagem pelo Cruzeiro. A seleção brasileira também se encontra sem técnico após a saída de Dorival Júnior. Segundo apuração da ESPN, Carlo Ancelotti, mais uma vez, figura como o principal nome para assumir o cargo.
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