Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejo

Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejo


Na passarela, a sensualidade de Tieta foi ressignificada: virou conceito, virou arte. Tecidos fluidos se misturavam à alfaiataria desconstruída

Na noite de 24 de abril, a Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, viveu um dos momentos mais marcantes da temporada de moda nacional. Sob direção criativa de Airon Martin, a Misci apresentou uma coleção que mergulha na história de Tieta do Agreste, personagem icônica de Jorge Amado, interpretada por Betty Faria na televisão nos anos 1980 — e que agora ganha releitura contemporânea com alma, arte e afeto.

Mais do que um desfile, a apresentação foi uma ode à mulher nordestina, à cultura popular e ao poder da moda como narrativa. Airon, que fez questão de assistir aos 200 capítulos da novela antes de criar, usou Tieta como metáfora para a mulher progressista, sensual, corajosa e multifacetada que ele deseja vestir hoje.

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Créditos: Leca Novo

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Roberta Miranda, Erika Hilton, Seu JorgeCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Seu Jorge e Roberta MirandaCréditos: Leca Novo

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Rodrigo Lombardi e Romulo EstrelaCréditos: Leca Novo

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Nanda Figueira Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Mariana XimenesMisci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Rodrigo LombardiCréditos: Leca Novo

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Mari GonzalezMisci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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João GuilhermeCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo


A nova Tieta: do sertão para o mundo

Na passarela, a sensualidade de Tieta foi ressignificada: virou conceito, virou arte. Tecidos fluidos se misturavam à alfaiataria desconstruída. As cores iam do azul bebê ao vermelho vivo, do rosa claro ao marrom queimado — combinação ousada e vibrante, assinada por Renata Corrêa no styling. As estampas traziam obras do artista carioca Elian Almeida, evocando os trajes masculinos do sertão em versões femininas, fluidas e provocativas.

O marrom, aliás, reinou absoluto, marcando presença em vestidos, camisas e conjuntos que brincavam com códigos de gênero e tradição. A estética do “homem nordestino de cidade pequena” — camisas abertas, decotadas e coloridas — foi reimaginada com sofisticação, humor e afeto.

Parcerias e bordados com alma brasileira

A coleção ainda contou com parcerias potentes: os sapatos urbanos de Paula Torres (com solados tratorados e canos de diversos comprimentos) e os bordados feitos por artesãs da Casa das Bordadeiras, em Timbaúba dos Batistas (RN), e da Associação Rendeiras de Alcaçuz, com apoio do Instituto Riachuelo. Um exemplo de como moda, manualidade e impacto social caminham juntos.

Primeira fila estrelada e emoção em cena

Na plateia, nomes como Erika Hilton, Mariana Ximenes, Mari Gonzalez e Carlos do Complexo se emocionaram. Mas o ponto alto da noite foi, sem dúvida, a presença de Betty Faria, a eterna Tieta, que recebeu aplausos de pé em um dos momentos mais simbólicos da noite.

Uma moda que conta histórias

Com esse desfile, a Misci reforça seu lugar como uma das grifes mais relevantes do país, capaz de misturar tradição, brasilidade, arte e discurso político sem perder a beleza, o desejo e o impacto estético. Tieta não voltou só à moda — ela voltou à pauta, ao imaginário e à memória coletiva.

E com ela, a certeza de que moda brasileira é muito mais que tendência. É história viva.



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