Caso repercutiu nesta semana e será investigado, já que UTIs são locais de acesso restrito
O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Distrito Federal viu com preocupação a permissão do acesso de uma funcionária do Supremo Tribunal Federal (STF) à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star. Por isso, afirmou nesta sexta-feira (25/4) que vai instaurar um procedimento de investigação para apurar a situação, ocorrida nesta quarta-feira (23/4).
O portal LeoDias recebeu a nota do Conselho por meio da assessoria de imprensa. No comunicado, o órgão não cita especificamente o caso que ocorreu com o ex-presidente Jair Bolsonaro; primeiro, relembra a importância do acesso restrito às UTIs. “As unidades de terapia intensiva acolhem pacientes em condições de saúde delicadas, exigindo ambientes rigorosamente controlados para favorecer a recuperação. O aumento no número de pessoas circulando nesses espaços pode comprometer a evolução clínica dos pacientes e aumentar o risco de infecções hospitalares”, escreveu.
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Uma oficial de Justiça do STF entrou na UTI na última quarta-feira (23/4) para entregar uma intimação, despachada pelo ministro Alexandre de Moraes, à Bolsonaro, relacionada à suposta trama do golpe de Estado na qual ele é réu.
A situação foi amplamente repercutida por políticos da ala da direita. O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo/RS) criticou a postura do STF, a qual chamou de “ilegal”, “desumana” e “abusiva”. Já o senador Magno Malta (PL/ES) enviou um ofício nesta quinta-feira (24/4) ao presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, cobrando uma posição oficial sobre a intimação judicial enquanto ele segue internado na UTI do Hospital DF Star.
Ainda segundo o CRM de Brasília, o hospital deve se posicionar: “Por isso, cabe à instituição, especialmente ao Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar, estabelecer critérios claros sobre a quantidade de pessoas e quem pode acessar a unidade, de acordo com as normativas legais vigentes no país. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal irá apurar os fatos ocorridos no Hospital DF Star, entretanto tais procedimentos são amparados pelo sigilo processual”, pontuou na nota.
O portal LeoDias procurou também a assessoria do Hospital DF Star para posicionamento, mas até a publicação desta matéria não recebeu retorno. O espaço está aberto.