Chefe da área de Segurança Pública e ex-subcomandante da Guarda Civil Municipal já foi condenado por furtos a açougues; ele se diz inocente
Sandro Torres, secretário da Segurança de Ribeirão Pires, renunciou ao cargo nesta 5ª feira (24.abr.2025), depois de ser condenado a 2 anos e 11 meses de prisão por furtos a açougues e ser denunciado sob acusação de formar uma milícia com a GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade da região metropolitana de São Paulo.
Na carta de demissão, Torres afirmou que é inocente e disse que sua saída visa a preservar a integridade da GCM. Os furtos aconteceram na madrugada de 18 de junho de 2018, quando ele era subcomandante da corporação. O Ministério Público Estadual sustenta que, daquele ano até 2023, Torres e outros guardas formaram uma milícia.
Com a saída de Torres, Arlei Capoccio, integrante da GCM desde dezembro de 2022, assume a Secretaria da Segurança Pública. Na 4ª feira (23.abr), a prefeitura já havia anunciado mudanças no comando da guarda. Filipe Murilo Silva, inspetor-chefe desde abril de 2024, foi substituído por Fernando Belchior Dias, que atua na corporação desde 2010.
Torres recorre da condenação em liberdade. Ela já recebeu apoio público do prefeito Guto Volpi (PL), que inicialmente quis mantê-lo no cargo. Volpi afirmou confiar na inocência do agora ex-secretário de Segurança Pública.
Guardas milicianos
Segundo o Ministério Público, guardas civis de Ribeirão Pires integravam uma milícia que furtava e praticava extorsões no município. A denúncia, apresentada em 17 de abril à Justiça, indica a participação de ao menos 5 guardas como membros da organização criminosa, incluindo Torres.
Os promotores sustentam que os guardas usavam conhecimento e estrutura da GCM para encobrir e facilitar crimes. Eles também redirecionavam câmeras de vigilância da prefeitura para evitar flagrantes.
Testemunhas protegidas relataram ao Ministério Público que os agentes ofereciam serviços de segurança para comerciantes locais, que pagavam para não serem vítimas do próprio grupo.