OAB é criticada por demora em pedir fim de veto a celulares no STF

OAB é criticada por demora em pedir fim de veto a celulares no STF


Supremo proibiu que advogados e jornalistas usassem aparelhos durante julgamento do núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado

Usuários do X (ex-Twitter) têm criticado a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pela demora da entidade em pedir o fim da medida do STF (Supremo Tribunal Federal), que barrou a entrada de celulares no plenário da 1ª Turma durante o julgamento do núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado.

Na manhã de 3ª feira (22.abr.2025), ao chegarem para acompanhar a sessão, os advogados e os jornalistas presentes no julgamento foram informados pelos seguranças do STF que os aparelhos estavam vetados durante a sessão e deveriam ficar guardados em envelopes lacrados na portaria do plenário.

Em nota divulgada à imprensa e publicada no X, o presidente da OAB, Beto Simonetti, disse que recebeu a medida com surpresa e afirmou que pedirá a revogação da proibição ao presidente da 1ª Turma, o ministro Cristiano Zanin.

“A OAB reconhece a importância da segurança e da ordem nos julgamentos. No entanto, o uso de aparelhos para gravação de áudio e vídeo em sessões públicas é amparado por lei e constitui prerrogativa da advocacia, não podendo ser restringido sem fundamento legal claro e específico. Eventuais excessos devem ser apurados com responsabilização individualizada, sem prejuízo das garantias institucionais”, declarou Simonetti.

Os usuários do X também criticaram o STF. Um dos internautas disse que há 6 anos “o STF ignora a Constituição”.

“A OAB está parecendo Rubens Barrichello sempre atrasada. PQP recebeu com surpresa o que mesmo? O resto pra vocês está tudo normal?”, escreveu outra usuária.

“Os advogados passaram o dia privados do seu instrumento de trabalho, e os senhores só se manifestaram após o encerramento do julgamento. Providência inócua. Justiça que tarda é falha, e não passa de teatro”, escreveu outra internauta.

Leia outras reações dos usuários do X:

MEDIDA DO STF

O STF disse que a medida foi tomada depois do descumprimento da proibição de gravação de imagens dentro do plenário durante o julgamento do núcleo 1, realizado em março de 2025, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados se tornaram réus.

Além disso, Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro, um dos réus do núcleo 2, estava proibido pelo ministro Alexandre de Moraes de ser filmado ou fotografado durante o julgamento.

JULGAMENTO DO 2º NÚCLEO

A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na 3ª feira (22.abr.2025), por unanimidade, aceitar a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra Filipe Martins e outras 5 pessoas por tentativa de golpe de Estado.

Com isso, eles se tornam réus na Corte e uma ação penal é iniciada. Leia abaixo quem são:

  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal, e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e ex-secretário adjunto de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
  • Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Todos fazem parte do núcleo 2 da denúncia, que, segundo a PGR, dava suporte operacional às ações para “sustentar a permanência ilegítima” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, em 2022.





Source link