Estudo mostra que crocodilo do Cretáceo se adaptou à água salgada, diferindo dos crocodilianos modernos
Um estudo divulgado na Communications Biology em 5ª feira (24.abr.2025) divulgou novas descobertas sobre o Deinosuchus, um gênero réptil pré-histórico que viveu na América do Norte entre 82 e 75 milhões de anos atrás, no Cretáceo Tardio. O predador – comparável em tamanho a um ônibus – poderia medir de 8 a 12 metros.
O Deinosuchus, assemelhando-se aos jacarés pelo seu focinho largo, não se destacava apenas pelo seu tamanho, mas também pela habilidade de nadar em rios e estuários – pontos de encontro entre rio e o mar. A característica permitia que dominasse os ecossistemas aquáticos de sua época e se alimentasse de dinossauros. A pesquisa sugere que a tolerância à água salgada foi essencial para a dispersão do Deinosuchus pelo Mar Interior Ocidental, uma extensa via aquática que dividia o continente.
A capacidade do Deinosuchus de habitar águas salgadas pode ter sido herdada de seus ancestrais. A característica teria facilitado sua dispersão através do Mar Interior Ocidental, que dividia o continente norte-americano durante o Cretáceo. A divergência da família Alligatoroidea, que inclui aligátores e caimans modernos – que pertencem à família dos jacarés, parece ter ocorrido em um período de altos níveis do mar.
“Descobrimos que o gigantismo em crocodiliformes está correlacionado com ecossistemas aquáticos extensivos de alta produtividade no presente e no passado”, afirma o estudo.
Além disso, o estudo aborda a questão do gigantismo entre os crocodilianos, associando-o a ecossistemas aquáticos extensos e produtivos. A largura da cabeça foi usada como parâmetro para estimar o tamanho total do Deinosuchus riograndensis, o espécime mais completo já encontrado.