“Respeitamos a decisão”, diz Alckmin sobre recusa de Pedro Lucas

“Respeitamos a decisão”, diz Alckmin sobre recusa de Pedro Lucas


Líder do União Brasil negou convite para assumir Ministério das Comunicações; o vice-presidente disse que deputado “trabalha em favor do governo e do Brasil”

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que respeita a decisão do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) de recusar assumir o Ministério das Comunicações. Alckmin argumentou que o líder da legenda na Câmara dos Deputados “contribui com o governo” ao permanecer na Casa Baixa.

Nós respeitamos a sua decisão. Ele tomou essa decisão em razão de defender o próprio governo. Ele contribui com o governo, trabalha em favor do governo e pelo Brasil. É o líder do União Brasil, recebeu o convite e entendeu que era melhor se manter na liderança do partido ajudando o país e o governo também”, disse Alckmin, em entrevista à Rádio Itatiaia concedida nesta 4ª feira (23.abr.2025).

O vice-presidente ressaltou ainda o fato de Pedro Lucas fazer parte da ala do União Brasil que é favorável ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os partidos não são unânimes, a maioria deles, e ele defende o apoio ao presidente Lula, ao governo do presidente Lula. O União Brasil já faz parte do governo, tem outros ministérios no governo”, completou Alckmin, negando que a recusa tenha causado qualquer tipo de constrangimento ao governo.

Pedro Lucas anunciou a recusa ao convite em nota divulgada na noite de 3ª feira (22.abr). O líder do União Brasil na Câmara disse que poderá contribuir mais com o país e com o governo ao permanecer no posto. A decisão, porém, expõe as dificuldades que o Executivo tem de negociar com o Congresso.

Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”, disse.

O deputado, porém, não informou se o União Brasil indicará um novo nome para o ministério. Enquanto a recusa ainda era uma possibilidade, o Planalto já demonstrava insatisfação com a postura do partido. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) fez uma reunião com líderes da base aliada no início da noite, ainda antes da decisão ser anunciada, para discutir a situação do União Brasil no governo. Alguns integrantes do Executivo defendem que o ministério seja agora negociado com outra sigla.

A decisão de Pedro Lucas foi anunciada depois de reunião do deputado com o presidente da legenda, Antonio Rueda. Os 2 já tinham conversado no início da tarde. Em nota, o deputado pediu desculpas a Lula “por não poder atender” ao convite.

Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, disse, na nota.

Pedro Lucas havia sido anunciado como ministro das Comunicações Gleisi há 12 dias, em 10 de abril. O comunicado foi feito depois de ambos terem se reunido com Lula no Palácio da Alvorada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também participou.

O deputado havia sido indicado pelo União Brasil para substituir Juscelino Filho (União Brasil-MA), que pediu demissão do ministério por causa da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra ele, por desvio de emendas parlamentares.

Pedro Lucas, mais ligado à ala governista do União Brasil, estava satisfeito com a indicação, mas, diante da pressão interna, divulgou nota 1 dia depois do anúncio de Gleisi dizendo que iria tomar a decisão após ouvir a bancada do partido.





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