Comissão de Agricultura quer entender se a ministra apoiou os manifestantes que tentaram invadir o Congresso em 10 de abril
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou nesta 4ª feira (23.abr.2025) um requerimento de convocação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
O colegiado quer saber se houve apoio, ou não, de Marina para os atos dos indígenas em Brasília em 10 de abril, quando manifestantes entraram em conflito com a polícia local por tentarem invadir uma zona do Congresso barricada pelas autoridades.
O requerimento de convocação também pede que Marina Silva fale sobre outros temas. São eles:
- queimadas recordes;
- degradação recorde da Amazônia Legal;
- multas “excessivas” aplicadas pelo Ibama.
O autor do requerimento, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), afirma que os fatos citados na convocação são “fatos graves” que a Câmara precisa fiscalizar.
“A ministra precisa vir a esta comissão prestar os devidos esclarecimentos à população brasileira. São fatos graves, que impactam diretamente a produção agropecuária e colocam em xeque a própria atuação do Ministério do Meio Ambiente. O Legislativo tem o dever de fiscalizar”, diz Rodolfo Nogueira.
ENTENDA A TENTATIVA DE INVASÃO
A polícia conteve em 10 de abril um grupo de indígenas que protestava em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Os nativos tentaram subir a rampa do Legislativo, mas foram impedidos com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.
Segundo apurou o Poder360, 3 pessoas foram atendidas pela emergência médica da Câmara. A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) foi atingida por spray de pimenta enquanto participava do ato.
A Polícia Legislativa afirmou que a confusão se instaurou depois de indígenas avançarem contra as cercas instaladas para que os manifestantes não ocupassem a região mais próxima do Congresso. As autoridades fizeram pedidos para recuarem, o que não teria sido atendido.
AUMENTO DE QUEIMADAS
A área devastada por queimadas no Brasil cresceu 79% em 2024 com relação a 2023, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Foram queimados 30.867.676 hectares no ano passado –uma área maior que todo o território da Itália.
Desses mais de 30 milhões de hectares, 73% foram de vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais. Os fogos em áreas de pastagens somaram 21,9% do total de 2024. Eis a íntegra dos dados (PDF – 4 MB).