Congresso em Foco

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O mundo acordou com a triste notícia da morte do papa Francisco. No dia anterior, domingo de Páscoa, ele abençoou os fiéis e o mundo e deu sua última mensagem: Gostaria que voltássemos a ter esperança de que a paz é possível!. Falou contra as armas e contra a guerra, pedindo um cessar-fogo em Gaza.

Francisco foi sempre uma voz em defesa dos vulneráveis, dos marginalizados, das vítimas inocentes das terríveis guerras. Reconhecia os gravíssimos problemas do mundo sociais e ambientais e mostrava esperança em denunciá-los.

Com a morte inesperada do papa mesmo visivelmente debilitado, em cadeira de rodas e falando com dificuldade, após o longo período internado, ansiávamos por sua recuperação e melhora , parece que estamos enquanto humanidade um pouco órfãos. O pai que sempre quis nosso bem e que sempre clamou em nosso favor nos deixou definitivamente.

Nas redes sociais, alguns cristãos comemoraram a morte do papa. A extrema-direita nunca viu Francisco com bons olhos. Falar que todos somos irmãos, falar em preservação da nossa casa comum (Fratelli tutti e Laudato si), isso é coisa de comunista. Os mais radicais dessa turma, mais católicos que o papa, não o aceitavam como líder espiritual. Como podiam odiar tanto alguém tão amável?

Papa Francisco em visita a Aparecida do Norte/SP, em 2013

Papa Francisco em visita a Aparecida do Norte/SP, em 2013Eduardo Knapp/Folhapress

“Melhor ser ateu do que católico hipócrita”, declarou certa vez o sucessor de Pedro. Certamente não gostavam dos discursos papais porque amam externar ódio ao diferente, amam as armas. Acusavam o papa de ser esquerdista por suas falas e suas defesas. Com isso, os extremistas, sem perceber, faziam bem para a esquerda.

Mas seguramente a maioria das pessoas, cristãs ou não, católicas ou não, lamentou o falecimento do pontífice. Ele era o líder máximo da igreja católica, porém sua voz transcendia seu rebanho. A mensagem de Francisco ecoava em toda a humanidade porque sempre foi muito humana.

A palavra (comunista) fora de contexto é usada como uma espécie de xingamento. Para quem não sabe dentre os quais estão os que chamavam Francisco assim comunista é aquele que defende o comunismo, sistema político em que não há propriedade privada. Claro que o argentino, primeiro latino-americano a ter alcançado o papado, não era comunista, ele era um humanista. Sua mensagem deixada com palavras e gestos de simplicidade de vida se voltou para todos.

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