Brasil terá política para minerais em 2025, anuncia ministro

Brasil terá política para minerais em 2025, anuncia ministro


Alexandre Silveira afirma que o país quer atrair investimentos e acelerar a produção sustentável de recursos essenciais à transição energética

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Brasil contará com uma política nacional para minerais críticos voltados à transição energética ainda este ano. O anúncio foi feito durante o “Summit Valor Econômico Brazil-China 2025”, nesta 4ª feira (23.abr.2025).

O Brasil possui reservas expressivas de minerais considerados essenciais para a transição energética, como lítio, cobre, nióbio, cobalto e elementos de terras raras. Esses recursos são fundamentais para a fabricação de baterias de veículos elétricos e tecnologias ligadas à geração de energia solar e eólica, entre outras aplicações.

“Vamos fortalecer a cadeia de minerais críticos”, declarou o ministro, sem entrar em detalhes sobre os termos da política. Silveira também afirmou que o Brasil deverá reforçar a segurança regulatória e valorizar a produção sustentável.

“O Brasil tem uma legislação ambiental reconhecida internacionalmente como adequada. Vamos dar celeridade ao processo de licenciamento para permitir ao investidor maior capacidade de aproveitar a cadeia mineral brasileira”, disse, segundo o jornal O Globo.

Durante o evento, Silveira também criticou o que classificou como uma “tempestade tarifária no comércio global”, em referência às políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).

Para o ministro, China e Brasil podem se beneficiar do aumento das tarifas globais por meio do aprofundamento das parcerias em diversos setores. “Queremos a continuidade do investimento chinês nos próximos leilões de energia”, ressaltou.

Silveira acrescentou ainda que a experiência brasileira com biocombustíveis pode contribuir com projetos chineses de uso do etanol.

Investimentos

Liu Jianfeng, diretor de investimentos da CMOC Group –empresa que produziu 10 mil toneladas de nióbio no Brasil em 2024, o equivalente à cerca de 11% da produção mundial– reafirmou o interesse da China em ampliar os aportes no setor mineral brasileiro. “Estamos buscando mais oportunidades de investimento no Brasil e na América Latina”, afirmou Jianfeng.

Daniel Abdo, diretor de relações internacionais e novos negócios da Sigma Lithium –empresa que atua no processamento de lítio no Vale do Jequitinhonha (MG)–, destacou que a demanda chinesa pelo mineral produzido pela companhia tem aumentado progressivamente.

“Nossa cadeia de produção é sustentável, o que agrega valor comercial significativo”, disse. A empresa possui capacidade para produzir 270 mil toneladas de lítio concentrado por ano, volume que deve dobrar até o final de 2025.

Tracy Xie, presidente da Vale China, informou que a mineradora brasileira exportou 187 milhões de toneladas de minério de ferro para o país asiático no último ano, o que representou mais de 60% das exportações do produto.

“Nosso minério possui alto teor de ferro e qualidade superior, o que permite uma produção de aço com menor emissão de carbono”, destacou.





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