Banco Mundial reduz previsão de crescimento do Brasil em 2025

Banco Mundial reduz previsão de crescimento do Brasil em 2025


Instituição aponta ainda que América Latina enfrenta cenário de incerteza global com juros elevados

O panorama econômico da América Latina e do Caribe está cada vez mais desafiador, segundo o mais recente relatório do Banco Mundial, divulgado nesta quarta-feira (23/4). A instituição revisou para baixo suas estimativas de crescimento regional e alertou que o ritmo de expansão será o mais lento entre todas as regiões globais. A previsão para o Brasil também foi ajustada negativamente: o país deve crescer apenas 1,8% em 2025, queda em relação aos 2,2% projetados anteriormente.

Entre os principais fatores que motivaram a revisão estão o adiamento de cortes nas taxas de juros em países desenvolvidos, o impacto da desaceleração da economia chinesa e as restrições ao comércio internacional, intensificadas pelas medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Presidente Lula e Ministro da Fazenda, Fernando HaddadFoto: Wilton Júnior/Estadão

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Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaReprodução

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Gabriel Galípolo, presidente do Banco CentralReprodução/Agência Brasil


Outros países latino-americanos também foram afetados pelas novas projeções. O México, por exemplo, teve sua estimativa de crescimento reduzida para 0% em 2025. Já a Argentina foi exceção: o crescimento esperado subiu para 5,5%, apoiado por um recente acordo de 20 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Durante as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington, o vice-presidente da instituição para a região, Carlos Felipe Jaramillo, declarou que os países latino-americanos precisam “recalibrar suas estratégias e adotar reformas práticas e ousadas” diante do novo contexto global. Ele ressaltou que a região precisa aumentar a resiliência diante de choques externos.

William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, destacou os caminhos possíveis para acelerar o crescimento na região: acesso à tecnologia, ampliação da lista de destinos de exportação e estratégia de near-shoring, ou seja, realocação de fábricas para regiões mais próximas aos mercados consumidores.

A sustentabilidade fiscal continua sendo uma preocupação na economia global. O relatório do Banco Mundial aponta que a dívida pública da América Latina subiu para 63,3% do PIB em 2024, ante 59,4% em 2019, sinalizando que os gastos dos governos continuam elevados.

Ao contrário do FMI, o Banco Central prevê uma expansão de 1,9% este ano para a economia brasileira. Já o Ministério da Fazenda, do Governo do presidente Lula, mantém estimativas mais otimistas: 2,3% em 2025 e 2,5% em 2026.

Especialistas indicam que a forte performance do setor agropecuário poderá sustentar o crescimento no curto prazo, mas alertam para uma possível desaceleração gradual. A inflação ainda resistente e uma política monetária restritiva devem continuar a afetar o crédito e limitar o consumo nos próximos trimestres.



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