Inicialmente retirado da competição por ser considerado “fora de série”, longa de Walter Salles foi reavaliado
A trajetória do filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, rendeu ao longa reconhecimento mundial; mas quase o afastou da principal premiação nacional de cinema. A Academia Brasileira de Cinema chegou a anunciar que a obra não concorreria ao Prêmio Grande Otelo 2025 e a tratou como hors concours, expressão que significa algo que participa de uma exposição, mas que não compete com os demais por ter qualidade superior.
A decisão gerou controvérsia entre críticos, público e profissionais do setor. Sob pressão e após pedido formal dos próprios produtores, a Academia voltou atrás nesta quarta-feira (23/4). Agora, o filme será avaliado normalmente em todas as categorias para as quais foi inscrito.
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O comunicado oficial da entidade destacou: “Recebemos hoje um pedido dos produtores do filme para que Ainda Estou Aqui participe da competição do prêmio deste ano. Dessa forma, a Academia Brasileira de Cinema, como não poderia ser diferente, acata e respeita a decisão dos produtores, recolocando o filme em todas as categorias por eles inscritas e o retirando do Prêmio Especial 2025”, escreveu em nota.
Walter Salles e Fernanda Torres receberiam o prêmio especial em nome da equipe, o que já não acontecerá, pois voltou a competir com os demais.
Mesmo com seu sucesso mundial, incluindo o prêmio de “Melhor Atriz de Drama” para Fernanda Torres no Globo de Ouro, a produção agora volta a integrar a disputa entre as outras 344 obras inscritas.
A premiação conta com 30 categorias, das quais 29 são avaliadas por um júri técnico e uma é decidida por voto popular. Todos os títulos registrados podem ser conferidos no site da Academia Brasileira de Cinema.
“Ainda Estou Aqui” é ambientado no Brasil na década de 1970 e inspirado no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre o desaparecimento de seu pai, Rubens Paiva, e a luta incansável de sua mãe, Eunice, para cuidar dos filhos durante a ditadura militar. Além do sucesso crítico, o longa também foi abraçado pelo público: já ultrapassou a marca de dois milhões de espectadores no Brasil.
Votado por profissionais das mais diversas áreas do setor, o Prêmio Grande Otelo é anual e começou em 2002. A ideia é contribuir na promoção do cinema brasileiro junto à população e ao público do país.