Estrela da série da Max diz ser vítima de “punching down”; integrante do elenco de programa humorístico admite que paródia foi “longe demais”
O programa satírico “SNL (Saturday Night Live)”, transmitido nos Estados Unidos, tem sido alvo de críticas após a exibição em 12 de abril de 2025 do esquete “The White Potus” –paródia da série “The White Lotus“.
O alvo das piadas era Donald Trump. Mas um trecho que retratava a personagem Chelsea, interpretada na série pela atriz britânica Aimee Lou Wood, gerou reações negativas para além dos apoiadores do presidente norte-americano.
A paródia retratou a família Trump e seus aliados, com piadas que incluíam Eric e Ivanka Trump, filhos do presidente. Também mostrou Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, em um relacionamento lascivo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
DENTES E “PUNCHING DOWN”
O trecho controverso do esquete apresenta a humorista Sarah Sherman como Chelsea. Na cena, Sherman usa dentes postiços, referência ao fato de Wood ter uma dentição projetada para frente, com diastema natural (espaço entre os dentes).
No diálogo desse trecho da paródia, o namorado de Chelsea é um ator caracterizado como Robert F. Kennedy, secretário de saúde dos Estados Unidos conhecido por suas opiniões antivacina. Ele pergunta quais seriam as consequências para os dentes das pessoas se o flúor fosse removido da água. A humorista com dentes postiços, confusa, retruca com sotaque britânico acentuado: “Flúor? Nunca ouvi falar disso”.
Wood não gostou da piada. Nas redes sociais, a atriz britânica criticou a cena no SNL, descrevendo-a como um exemplo de “punching down” –humor depreciativo contra quem está em uma posição de fragilidade.
Sherman, do SNL, enviou flores e pediu desculpas a Wood, que agradeceu publicamente. Bowen Yang, outro integrante do elenco do programa satírico, expressou apoio à atriz britânica, comentando que o esquete havia ido “longe demais”.
LUCRO E MAIS CONTROVÉRSIA
“The White Lotus” está em sua 3ª temporada e já rendeu à plataforma Max um lucro de quase US$ 90 milhões, de acordo com a Yahoo Finance.
A série já despertou outras controvérsias. A atriz norte-americana Carrie Coon, que interpreta Laurie Duffy na 3ª temporada, afirmou que diálogos envolvendo um personagem não-binário foram excluídos do roteiro por causa da vitória de Trump nas eleições de 2024. A história descartada mostrava a personagem Laurie tentando entender e aceitar a identidade de gênero e o uso de pronomes neutros.
Em entrevista concedida à revista Harper’s Bazaar em 28 de março, a atriz disse que a decisão partiu de Mike White, criador da série. Segundo ela, White considerou que o contexto político e social “não era apropriado” para tratar de um assunto tão delicado de forma superficial.
