Presidente do BC, Gabriel Galípolo, diz que EUA são “epicentro” de crise, o que torna o dólar menos atrativo
A cotação do ouro superou US$ 3.500 pela 1ª vez na história com o aumento das incertezas comerciais no mundo. Subiu 1,85% na máxima desta 3ª feira (22.abr.2025), aos US$ 3.509,06. Às 15h53, registrava queda de 1,13%, aos US$ 3.386,74.
O ouro tem sido considerado uma modalidade de investimento mais segura neste momento de volatilidade. Ainda há dúvidas entre os agentes financeiros do impacto das tarifas dos Estados Unidos na inflação e na atividade econômica global.
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 3ª feira (22.abr.2025) que, apesar de o dólar ser uma moeda considerada segura para alocar os investimentos, a moeda também tem sido impactada pelas incertezas.
“Uma escalada nessa guerra tarifária pode trazer um cenário e desaceleração mais abrupta e mais forte”, disse em audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) no Senado Federal. “Historicamente quando você tem um cenário de aversão de risco o que você costuma fazer é correr para o dólar ou títulos soberano norte-americanos. Como dessa vez o epicentro da crise está vindo da própria economia americana, é perceptível, entre os agentes econômicos, uma dúvida sobre para onde se deve procurar proteção no momento de aversão a risco”, completou.
Além das tarifas anunciadas pelos EUA contra os países, está no radar dos investidores as críticas de Trump contra o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).
Galípolo defendeu Powell nesta 3ª feira (22.abr.2025). Segundo o presidente do BC, o Fed passou por duas crises de choque de oferta, a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia. Afirmou que o tarifaço de Trump vai “bagunçar” o trabalho do Fed e criar pressões inflacionárias e de atividade econômica.
“[Powell] Estava conseguindo entregar algo que é raro de a gente ver na prática, que é uma aterrissagem suave. Ele tem o duplo mandato e estava conseguindo entregar uma inflação que vinha convergindo gradativamente para a meta com uma economia aquecida em pleno emprego e com a exuberância que via em todos nos mercados, tanto de dívida quanto de ações americano”, disse.
