Trabalho da autoridade monetária é avaliar se o comprador tem “viabilidade econômica para fazer a operação”
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 3ª feira (22.abr.2025) que a autoridade monetária não julga a “conveniência” da compra ou venda de instituições financeiras. Ele não comentou detalhes sobre a aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), mas declarou que é trabalho da autoridade monetária avaliar se o comprador tem viabilidade econômica para fazer a operação.
Galípolo participa de audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal. Segundo a pauta do dia, foi um comparecimento regular para tratar de política monetária e assuntos do Banco Central.
Assista:
O Conselho de Administração do banco BRB aprovou, por unanimidade, a compra do Banco Master, concentrado no Rio de Janeiro. A operação precisa ter aval do Banco Central.
A senadora Leila Barros (PDT-DF) disse que o Banco Manter tem carteira de ativos de alto risco, como precatórios e empréstimos a empresas em recuperação judicial. Questionou Galípolo sobre a possibilidade de insolvência do BRB ao realizar a operação.
Ele respondeu que não pode comentar casos específicos de fusão e aquisição. Declarou, porém, que o trabalho do Banco Central é avaliar se o comprador tem viabilidade econômica para fazer a operação.
“O Banco Central não julga, em qualquer processo de fusão e aquisição, conveniência da venda ou da compra. A decisão e a conveniência de comprar ou vender qualquer tipo de ativo, parcialmente ou integralmente, é de quem está comprando ou vendendo. A obrigação do mandato do Banco Central é julgar a viabilidade econômica da aquisição”, declarou.
Segundo Galípolo, os riscos da viabilidade da aquisição são analisados pelo Banco Central. A autoridade monetária analisa se a fatia que está sendo adquirida pode ser absorvida e como a operação impacta o plano de negócio da empresa compradora. Além disso, o BC avalia também se há viabilidade econômica para o restante da empresa que não foi adquirido.
“Os órgãos de controle para julgar a conveniência, no caso de um banco privado, vai ser no Conselho de Administração, e, no caso de um banco estatal, vão ter os próprios órgãos que vão julgar a conveniência da compra. Não é esse o mandato do Banco Central”, disse Galípolo.
O Banco Central supervisiona os indicadores para verificar a saúde financeira das instituições financeiras. Afirmou que o Brasil mais alinhados às regras internacionais de Basileia para ver exposição e apetite de risco das companhias.
Em entrevista ao Poder360, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, disse, em 30 de março, que o BRB se fortalece com a aquisição.
CONCORRÊNCIA BANCÁRIA
Em artigo publicado nesta 3ª feira (22.abr.2025) no Poder360, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, defendeu que a fusão BRB-Master é “decisiva para ampliar concorrência e eficiência”.
Para ele, a integração dos bancos é conduzida com rigor técnico e jurídico, respaldada por pareceres financeiros, análises de governança e alinhamento regulatório.
“A entrada de um novo conglomerado com musculatura nacional é particularmente positiva para o aumento da eficiência do sistema financeiro. A combinação de redes, expertises e estruturas operacionais permite ganhos de escala, redução de custos e melhoria na qualidade dos produtos e serviços ofertados”, declarou.
O Banco Master registrou lucro líquido de R$ 1,07 bilhão em 2024, segundo o balanço financeiro da empresa. O valor representa uma alta de 100,7% em relação ao ano anterior.