O ator português Ângelo Rodrigues se prepara para estrear em novelas brasileiras como Martin, o namorado da vilã Odete Roitman, papel de Débora Bloch, no remake de “Vale Tudo”. Toda a sua participação já foi gravada.
Rodrigues participou em 2015 de um dos episódios da série “As Canalhas”, no GNT, em 2018, gravou “Des(encontros)”, da Sony, mas foi em 2023 que ganhou projeção no Brasil ao participar da série “Olhar indiscreto”, que ficou entre as mais vistas da Netflix no mundo da época.
Com 37 anos e mais de 20 de carreira, ele estreou profissionalmente na novela portuguesa Doce Fugitiva (TVI). Depois disso, não parou mais e coleciona dezenas de trabalhos na TV e no cinema em seu país.
O ator conversou com a coluna:
O que você pode contar sobre sua participação em Vale Tudo?
Foi uma honra imensa fazer parte desse projeto tão icônico! Vale Tudo é uma novela que marcou gerações e estar no remake de uma produção da Globo, foi daqueles convites que a gente aceita de olhos fechados. O Martin, meu personagem, é intenso e misterioso. Fazer esse papel foi muito prazeroso.
E como foi trabalhar com Debora Bloch? Já a conhecia?
Débora é uma atriz brilhante, generosa em cena e fora dela. Já admirava o trabalho dela à distância, mas nunca havíamos nos encontrado profissionalmente. Tivemos uma ótima sintonia e criamos juntos uma relação interessante para os nossos personagens.
Vale Tudo é uma produção que chegou com grande expectativa do público e da imprensa. Qual a sua expectativa em relação a esse trabalho?
A responsabilidade é enorme justamente por ser o remake de uma novela histórica, mas o entusiasmo também é grande. Sinto que o público vai se surpreender com a nova abordagem, mais contemporânea, sem perder a essência da trama original. Estou curioso para ver a reação das pessoas e torcendo para que o Martin conquiste o público brasileiro.
Vale tudo é sua primeira novela no Brasil, mas já havia atuado em algumas em Portugal. Como foi essa experiência?
Já fiz mais de 10 novelas em Portugal. Por isso, é um gênero com o qual estou bastante acostumado. Mas fazer novela no Brasil tem uma energia diferente. Já tinha essa vontade desde que morei no Rio em 2014, durante intercâmbio na Unirio. A estrutura da Globo é impressionante e a equipe foi muito acolhedora. Foi uma experiência intensa, ainda mais porque conciliei com os ensaios para o espetáculo que ia estrear em Portugal. Mas faria tudo outra vez.
Em 2023, você estrelou o sucesso Olhar Indiscreto, da Netflix. Como foi fazer esse projeto, que ficou entre os mais vistos do streaming naquele ano?
Olhar Indiscreto foi o trabalho com mais responsabilidade que fiz até hoje. Me senti um peixe fora d’água por não estar no meu país. Tive que me adaptar a uma nova equipe, a uma nova cultura e até trabalhar o sotaque com uma fonoaudióloga. Mas valeu cada segundo. A série foi top 10 em 57 países e a mais assistida do Brasil no streaming em 2023. Isso abriu portas para mim: integrei outra produção da Netflix, desta vez em Portugal, a série Mar Branco, que também teve grande sucesso internacional, e claro, ajudou a me aproximar da Globo para esse projeto tão especial que é Vale Tudo.
Você já está de volta a Portugal encenando a peça “Jantar de idiotas”. Como foi se preparar para esse projeto tendo passado 10 dias gravando novela no Brasil?
Foi uma maratona. Durante os 15 dias que estive no Brasil, gravava durante o dia no Projac, e nos dias que não estava no set, ensaiava a peça, por Zoom. A estreia em Portugal do espetáculo estava marcada para poucos dias depois da minha volta, então não havia tempo a perder. Felizmente, a equipe da peça foi compreensiva e ajustou o calendário e estreamos dia 9. E é algo que me completa de forma arrebatadora porque estar no palco é sempre um reencontro comigo mesmo. Longe da correria da TV, onde encontro outro tipo de tranquilidade.
