
Recentemente, muitos medicamentos têm chamado a atenção de quem quer perder peso, entre eles, o Ozempic, o Wegovy e o Mounjaro. Os remédios foram criados para tratar a diabetes tipo 2, mas rapidamente se popularizaram nas redes sociais e entre celebridades, principalmente pelos seus efeitos no emagrecimento rápido.
Marcial Pereira, médico e especialista da BurnUp, healthtech especializada em saúde mental e emocional, explica que o grande problema é que muitas pessoas passaram a usar o medicamento por conta própria, apenas para fins estéticos, sem avaliação ou acompanhamento profissional, colocando a própria saúde pessoal em risco.
Inclusive, em 16 de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que será obrigatória a retenção de receita médica para venda de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda, Mounjaro e similares. O objetivo da decisão é proteger a saúde da população do uso abusivo desses remédios, também conhecidos como “canetas emagrecedoras”.
Abaixo, Marcial Pereira faz 3 alertas importantes sobre a automedicação para emagrecer. Confira!
1. Efeitos colaterais existem e merecem atenção
O médico esclarece que, quando os medicamentos são tomados sem critério, os efeitos colaterais podem ser intensos e incluem náuseas, enjoo e falta de energia. Em alguns casos, as pessoas chegam a sentir tanto mal-estar que reduzem drasticamente a alimentação, o que pode levar a deficiências nutricionais e perda de músculo (massa magra), em vez de gordura, causando mais danos do que benefícios à saúde.
2. Cada corpo responde de um jeito, e o acompanhamento profissional é essencial
De acordo com Marcial Pereira, o tratamento individualizado é essencial no processo da perda de peso e, embora sejam vendidos como uma solução para o emagrecimento, o Ozempic, o Wegovy e o Mounjaro podem não ter o mesmo efeito a longo prazo e a retomada do peso pode influenciar a autoestima e levar a problemas de saúde mental.

3. O segredo para emagrecer está nos hábitos saudáveis
Quando o assunto é emagrecimento, algumas pessoas recorrem aos medicamentos. No entanto, Marcial Pereira alerta que, embora essa estratégia possa funcionar, é preciso manter hábitos saudáveis no dia a dia. “No curto prazo, os remédios são úteis, sim, e tem suas indicações específicas. Mas, no longo prazo, o emagrecimento definitivo está associado às escolhas melhores e a um estilo de vida saudável. Não existe um método milagroso de emagrecimento definitivo”, pontua.
Como funcionam os medicamentos para emagrecer
A principal diferença entre esses medicamentos está no princípio ativo, explica o especialista da BurnUp. Enquanto o Ozempic e o Wegovy são compostos por semaglutida, uma substância que imita o hormônio GLP-1, o Mounjaro tem em sua composição o tirzepatida, que é o primeiro receptor de dois hormônios: o GIP e o GLP-1 (hormônios intestinais que regulam o metabolismo da glicose e o apetite).
O Ozempic e o Wegovy atuam diretamente como reguladores da glicose no sangue, aumentando a liberação de insulina, retardando o processo de esvaziamento do estômago e, por isso, trazendo a sensação de saciedade prolongada, que auxilia na perda de peso.
Semelhante a eles, o Mounjaro, aprovado pela Anvisa para o tratamento da diabetes, funciona com o aumento da produção de insulina pelo pâncreas e o controle dos níveis de açúcar no sangue por meio da ação estimulante nos hormônios GIP e o GLP-1, produzindo uma sensação de saciedade e reduzindo o apetite de quem ingere.
Por Maria Julia Cabral