TCU autoriza fiscalização sobre créditos de descarbonização

TCU autoriza fiscalização sobre créditos de descarbonização


Corte vai investigar se estrutura atual do RenovaBio cumpre metas de redução de emissões de gases do efeito estufa

O TCU (Tribunal de Contas da União) autorizou nesta 4ª feira (16.abr.2025) a abertura de uma fiscalização para avaliar a efetividade do mercado de CBIOs (créditos de descarbonização), previsto na RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis). O objetivo é verificar se a estrutura atual do programa está sendo efetiva para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Eis a íntegra do acórdão (PDF – 352 kB).

De acordo com dados apresentados pela área técnica, foram negociados cerca de 15 milhões de CBIOs em 2020, totalizando aproximadamente R$ 650 milhões e alcançando 98% da meta estabelecida. Em 2024, mais de 42 milhões de CBIOs foram gerados, superando a meta de 39 milhões e movimentando cerca de R$ 3 bilhões.

A iniciativa partiu da Unidade de AudPetróleo (Auditoria Especializada em Petróleo, Gás Natural e Mineração) e foi relatada pelo ministro Jorge Oliveira. A análise será conduzida com o apoio da SecexEnergia (Secretaria de Controle Externo de Energia e Comunicações).

O RenovaBio começou a operar plenamente em dezembro de 2019. Desde então, o mercado de CBIOs cresceu significativamente. Em 2020, foram negociadas cerca de 15 milhões de unidades, com um valor aproximado de R$ 650 milhões. Em 2024, a meta de 39 milhões de CBIOs foi superada, com a geração de mais de 42 milhões de créditos e um volume financeiro próximo de R$ 3 bilhões.

Cada CBIO corresponde à redução de uma tonelada de CO₂, e os distribuidores de combustíveis fósseis são obrigados a comprar esses títulos conforme metas estabelecidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O modelo, no entanto, tem sido alvo de críticas por possíveis distorções de mercado, falta de previsibilidade nas metas e concentração dos emissores.

Segundo o relator, o TCU já havia apontado riscos ao RenovaBio em uma fiscalização anterior realizada em 2022, como a geração insuficiente de CBIOs e a fiscalização inadequada do lastro desses créditos. Além disso, uma denúncia analisada em 2024 indicou a necessidade de avaliar a transparência e efetividade das regras da política pública, mesmo sem identificar ilegalidades formais.

Para a Corte, a nova fiscalização poderá contribuir para o aprimoramento regulatório, reduzir riscos de especulação e acúmulo indevido de créditos, e mitigar os impactos negativos aos consumidores, como o aumento dos preços dos combustíveis.





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