Ministro Carlos Fávaro disse que representantes da alfândega da China estarão no Brasil na 3ª feira para tratar da ampliação de mercado
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), disse nesta 5ª feira (17.abr.2025) que o Brasil tenta ampliar negócios com a China em meio à escalada da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. Ele afirmou que o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) vai se colocar à disposição como alternativa aos frigoríficos norte-americanos na venda de carne bovina para o país.
Fávaro disse que representantes da alfândega chinesa devem se reunir com o governo brasileiro na próxima 3ª feira (22.abr) para tratar da ampliação de mercado.
O ministro falou que mesmo sem ter a pretensão de substituir totalmente o envio à China, “sem sombra de dúvidas” o Brasil é um dos poucos países que ainda são capazes de aumentar a produção pecuária e “alguém precisa fornecer essa carne que era fornecida pelos norte-americanos”. Para ele, o Brasil tem “muita vontade e capacidade” para ocupar o espaço e ser um “grande” fornecedor.
A China suspendeu a autorização de 390 plantas frigoríficas dos EUA para vender carne bovina ao país.
O ministro afirmou que o trabalho do governo federal se estende para exportação da carne brasileira a países além da China, como o Japão e o Vietnã. Em março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou aos países para intensificar discussões sobre a abertura dos mercados japonês e vietnamita à carne bovina brasileira.
Segundo o Mapa, 30% das terras agrícolas do mundo, 30% da pesca extrativa, 70% da produção aquícola e aproximadamente 50% da população mundial pertencem aos países do Brics. Carlos Fávaro disse que o bloco tem a responsabilidade de “liderar” uma agenda internacional voltada à produção sustentável de alimentos, à justiça social no campo e à inovação tecnológica adaptada às realidades do Sul Global.
ENTENDA
Segundo documento ao qual o Poder360 teve acesso, a China rejeitou todos os 28 frigoríficos brasileiros de carne bovina que haviam sido indicados pelo Mapa (Ministério da Agricultura) para habilitação à exportação ao país asiático. As plantas foram indeferidas depois de uma análise da GACC (Administração-Geral de Aduanas da China, na sigla em inglês).
O parecer chinês indicou não conformidades com os critérios técnicos exigidos, incluindo:
- localização dos estabelecimentos em áreas com restrição sanitária conforme as normas da China;
- ausência de vestiários com acesso direto às áreas de produção; e
- falhas no procedimento de verificação da idade dos bovinos no momento do abate.