Criminosos enganaram David Brazil e conseguiram realizar três transferências da conta do famoso por meio do espelhamento da tela em chamada via WhatsApp: entenda
David Brazil foi mais uma vítima do “golpe do falso advogado”, crime que tem se espalhado pelo país. Criminosos se fizeram passar pelo escritório de advocacia que atende o influenciador em uma ação contra a Iberia Airlines, e roubaram quase 40 mil reais do famoso. “Me lasquei”, lamentou.
Ao portal LeoDias, o artista contou como tudo aconteceu. No início de abril, após perder um trabalho por conta do cancelamento de um voo da Iberia Airlines, David decidiu processar a companhia aérea pedindo o ressarcimento de 15 mil reais. Por esse motivo, não estranhou quando recebeu uma mensagem dizendo que ele havia ganho a causa, e precisava passar os dados de sua conta bancária para receber o pix.
“Do nada, veio uma mensagem como se fosse do escritório do meu advogado, como se fosse a sentença que eu tinha ganho. Aí, como tinha a logo e tudo, eu disse: ‘Ah, que bom e agora?”, relata David Brazil. Na sequência, os bandidos afirmaram que a empresa aérea também entraria em contato para se certificar de que o famoso era realmente o beneficiário do valor. “O cara era tão profissional, eles tinham o processo, tinham tudo, como se eu realmente tivesse ganho. Aí eu caí”, garante.
Veja as fotos
Perfil utilizado por criminoso para dar golpe em David Brazil — Arquivo Pessoal
Perfil utilizado por criminoso para dar golpe em David Brazil — Arquivo Pessoal
David BrazilPortal LeoDias
David Brazil falou dos atletas Hulk Paraíba, Douglas Costa e Adriano Imperador no “Sabadou com Virginia”Reprodução Instagram
Arquivo Pessoal
Na nova chamada, desta vez com um segundo número utilizando a logomarca da Iberia Airlines, os golpistas pediram para que o artista espelhasse a tela do seu celular, por meio de um recurso do Whatsapp, e conseguiram o acesso ao aplicativo bancário de David. “Eles vieram com uma história de que a Iberia faria o pix, já descontando os impostos do governo. Me pediram a chave do pix, eu fiz uma e mandei. Eles disseram que eu teria de espelhar a tela do banco, para ter certeza que a conta era minha. Eu espelhei. E começaram a pedir para eu aceitar a transação, como se o pix estivesse entrando, mas estava era saindo. Foi um, foram dois, foram três… Por sorte eu estava com um amigo do lado, que me alertou”, explica David Brazil.
Prejuízo poderia ser maior
Graças a Philipe Silva, amigo que estava ao lado de David Brazil, o prejuízo do famoso não foi maior. Além de continuar efetuando pix, os criminosos chegaram a tentar fazer um empréstimo no valor de 330 mil reais em nome do artista. “Não deu certo [o empréstimo], porque o banco disse que precisava esperar aprovar”.
Apesar de ter sido roubado, David mantém o espírito leve. “Eu me lasquei. Mas já estou aqui trabalhando para me recuperar. Vou à luta, né, meu amor. Porque se eu ficar perturbado, com a mente ruim, não vai resolver. A gente tem que estar com a mente boa e com força para trabalhar para recuperar. Tomara que esses bandidos sejam pegos! Amém?”, finaliza.
Golpe do falso advogado
No chamado “golpe do falso advogado”, criminosos utilizam informações públicas sobre processos e sistemas informatizados para obter dados sensíveis das vítimas. Com isso, simulam comunicações oficiais e se passam por advogados ou servidores do Poder Judiciário, induzindo os destinatários a realizarem transferências bancárias indevidas.
No caso de David Brazil, os golpistas utilizaram o espelhamento de tela do celular, em um recurso do WhatsApp. Assim que a vítima acessa o aplicativo do banco e digita seu nome de usuário e senha, os criminosos gravam a tela com todos os códigos de acesso à conta.
Recentemente, o Conselho Federal da OAB (CFOAB) solicitou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que a Polícia Federal conduza investigações sobre fraudes eletrônicas envolvendo a falsa identidade de advogados e servidores públicos. “A federalização da investigação se justifica não apenas pelo meio utilizado — a internet —, mas pelo alcance territorial dos golpes, que ultrapassam as jurisdições estaduais e comprometem a segurança jurídica dos credores”, afirmou o presidente da entidade, Beto Simonetti.
