Deputados repudiam visto masculino dado a Erika Hilton

Deputados repudiam visto masculino dado a Erika Hilton


Deputada anunciou nesta 4ª feira (16.abr) que irá acionar a ONU contra os EUA pelo visto que lhe atribuiu o gênero masculino

Congressistas aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizaram nesta 4ª feira (16.abr.2025) com a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que recebeu um visto dos Estados Unidos que lhe atribuiu o gênero masculino. Nas redes sociais, os políticos repudiaram a decisão do governo norte-americano, classificando-a como transfobia. A deputada Duda Salabert (PDT-MG), também mulher trans, afirmou que também recebeu o documento com o gênero masculino.

Segundo Duda Salabert, a “justificativa” dos EUA foi de “que é de conhecimento público no Brasil que sou uma pessoa trans, ou seja, minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada”.

A congressista afirmou que a situação é “mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos”. Ela destacou que sua certidão de nascimento e documentos oficiais comprovam que seu gênero é feminino.

“Aqui ou nos EUA, minha amiga Erika Hilton não se rende à transfobia. Estamos com você, Erika! Toda a nossa solidariedade”, escreveu o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) em defesa de Erika Hilton.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) declarou “repúdio” ao governo norte-americano. “É abusivo ao acontecer contra qualquer brasileiro ou brasileira, mais grave ainda, se tratando de uma representação oficial do Brasil”, afirmou a congressista no X.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também expressou sua solidariedade a Erika Hilton, afirmando que é “revoltante ver” o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), “mais uma vez, atacar a dignidade de mulheres trans”. A congressista descreveu o caso como “transfobia institucional”, que seria “sustentada por um projeto político que apaga existências e alimenta o ódio”.

Jandira Feghali finalizou criticando Trump: “Não vamos nos calar diante desse ataque. Trump não é o rei do mundo e não vai impor sua visão discriminatória sobre nós”.

ENTENDA O CASO

Nesta 4ª feira (16.abr.2025), a deputada federal Erika Hilton anunciou que apresentará uma denúncia na ONU (Organização das Nações Unidas) contra o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump (Republicanos). A ação ocorre depois de Hilton receber um visto com gênero masculino. O caso ocorreu em meio a políticas discriminatórias adotadas pelo governo Trump, que em janeiro de 2025 implementou um decreto negando o reconhecimento de identidades transgênero.

O presidente norte-americano estabeleceu uma política que reconhece apenas os gêneros masculino e feminino. Esse decreto impactou Hilton, que cancelou sua participação na Brazil Conference em Harvard, prevista para 12.abr, devido à emissão do visto que ignorou sua identidade de gênero. A identidade de Hilton é oficialmente reconhecida em sua certidão de nascimento retificada e em seu passaporte brasileiro.

“É uma expressão escancarada, perversa, cruel do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano”, declarou Hilton ao Poder360. Ela destacou que, em 2023, a mesma embaixada havia respeitado sua identidade de gênero ao emitir um visto, tornando o recente episódio particularmente chocante.

Hilton criticou a postura de Trump, acusando-o de promover ódio contra pessoas trans. “É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, afirmou.





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