O deputado federal do PSOL (RJ) afirma que só vai encerrar a greve de fome e sair da Câmara dos Deputados quando a casa decidir sobre sua cassação
Acampado na Câmara dos Deputados e em greve de fome desde a última quarta-feira (9/4), o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) vêm recebendo apoio de colegas parlamentares e até mesmo de alguns artistas. Nesta terça-feira (15/4) um manifesto produzido por intelectuais, dentre eles Leonardo Boff e Frei Betto, foi divulgado em defesa do parlamentar.
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Glauber Braga enfrenta um processo de cassação de seu mandato, decisão aprovada no Conselho de Ética da Câmara e que ainda não tem previsão de ser analisada no plenário. O pedido de cassação veio pois o político agredir Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), quando o jovem discutiu com Glauber e acusou sua mãe de corrupção. O conselho contatou que houve quebra de decoro parlamentar, assim justificando a medida tomada.
O deputado está no sétimo dia de greve de fome e não saiu do Plenário 5 da Câmara dos Deputados desde que o Conselho de Ética analisou seu caso, desde então Glauber afirma que só deve deixar o local quando houver alguma decisão acerca do caso. “Acabei perdendo muito peso nestas últimas horas. Estou com 87 quilos, meu corpo já começa a dar sinais, tenho tido dor de cabeça, início de desconforto na barriga, mas a cabeça está firme e a missão de continuar nesta batalha mais ainda. Não vou desistir, jamais!”, destacou o deputado ao falar com apoiadores nesta terça-feira.
O manifesto divulgado foi encabeçado pelo Coletivo Emaús, grupo que assessora líderes de igrejas cristãs e movimentos sociais, e destaca que enxergam a ação do deputado como “uma busca por um mundo mais humano, mais respeitoso, mais igualitário e mais justo”. Caso a cassação do deputado seja aprovada em plenário a decisão será inédita no país, já que nenhum outro parlamentar teve seu mandato cassado por agressão, embora ataques físicos já terem acontecido dentro do Congresso Nacional outras vezes.