Deputado não come há mais de 100h; entre os governistas estão os ministros Gleisi Hoffmann e Márcio Macêdo
O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) está fazendo greve de fome e dormindo na Câmara dos Deputados desde 4ª feira (9.abr.2025). Ele já foi visitado por ministros, deputados e integrantes de movimentos sociais.
Entre os governistas que visitaram estão a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e o ministro Márcio Macêdo (Secretaria Geral da Presidência).
Glauber protesta contra a cassação do seu mandato que foi aprovada pelo Conselho de Ética por 13 votos a 5. O psolista diz que manterá a greve até o plenário da Câmara decidir sobre a cassação.
Leia abaixo a lista de quem visitou Glauber:
- Sâmia Bomfim (Psol-SP), deputada federal e mulher do deputado;
- Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais;
- Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social;
- Márcio Macêdo, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República;
- Lindbergh Farias, deputado federal;
- Célia Xakriabá (Psol-MG), deputada federal;
- Fábio Felix (Psol), deputado distrital do Distrito Federal;
- Marco Nanini, ator;
- Hugo, filho de Glauber;
- Roberto, pai;
- Ivana, irmã;
- Thiago Rocha Pereira, da Comissão Justiça e Paz do Pará;
- Carlos Daniel Dell Santo Seidel, secretário-executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz;
- Ana Paula Daltoê Inglêz Barbado, da Comissão Justiça e Paz – Regional Brasília;
- Cristiane Santana de Araújo, da Comissão Justiça e Paz do Mato Grosso do Sul.
Integrantes do MST e crianças também visitaram o deputado neste domingo (13.abr). Assista (2min42s):
Gleisi, Lindberg e Sidônio falaram a jornalistas depois da visita no sábado (12.abr). Assista (3min14s):
Márcio Macedo falou neste domingo. Assista (2min1s):
A assessoria do deputado informou que neste domingo (13.abr), até as 10h, ele havia tomado 2 copos de soro e 3 de água. Uma equipe médica o avalia 2 vezes por dia. Glauber perdeu mais de 3 kg desde que começou o jejum. Neste domingo (13.abr), estava com 88,2 kg. Leia a íntegra da nota divulgada pela equipe do deputado (PDF – 53 kB).
ENTENDA O CASO
O congressista responde a um processo por agredir, em abril de 2024, o youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). Na ocasião, o deputado disse que havia sido provocado e, por isso, se sentiu intimidado pelo ativista.
Gabriel, por sua vez, afirmou que foi abordado por Glauber enquanto almoçava e, então, o expulsou aos pontapés da Câmara dos Deputados. Depois do episódio, o Novo enviou à Mesa da Câmara o pedido de cassação do mandato do carioca, que foi encaminhado pelo então presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), ao Conselho de Ética.
O congressista declarou repetidas vezes que o relatório a favor de sua cassação, do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), é resultado de uma negociação com Lira, que o psolista acusa de persegui-lo.
Glauber Braga e seu partido foram responsáveis por iniciar a ação judicial que fez o STF (Supremo Tribunal Federal) travar a destinação de emendas, em 2024. Na oportunidade, o congressista disse que Lira “sequestra” o Orçamento com a execução de emendas de congressistas.
O Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido de cassação por 13 votos a 5. Essa aprovação, no entanto, não resulta na perda imediata do mandato. Braga pode entrar com um recurso para que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) analise o parecer, antes de ser votado no plenário.
Caso vá a plenário, o processo precisa de ao menos 257 votos favoráveis para confirmar a cassação.