A reportagem do portal LeoDias conversou com a neuropsicóloga Dra. Keli Rodrigues, que explicou as características de cada temperamento
Colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático: você já ouviu essas palavras antes? Tratam-se dos nomes dos quatro temperamentos existentes. Mas o que é isso? É como se fosse o “tom emocional” com o qual cada pessoa chega ao mundo. Cada um nasce com o seu e isso influencia profundamente a forma como o indivíduo sente, reage nos relacionamos e até nas tomadas de decisões.
A reportagem do portal LeoDias conversou com a neuropsicóloga Dra. Keli Rodrigues que explicou as características de cada temperamento. Assim, você pode identificar o seu e os que estão ao seu redor, alcançando uma melhor convivência.
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• Colérico: é o tipo mais prático e decidido, com energia pra agir, liderar e resolver. Mas pode ser impaciente, autoritário e resistente a escutar o outro;
• Sanguíneo: espontâneo, entusiasmado, sociável. Leva leveza para os ambientes, mas pode ter dificuldade de manter foco e se aprofundar;
• Melancólico: sensível, observador e profundo. Costuma ser perfeccionista, analítico e responsável, mas pode se cobrar muito, ser ansioso e recluso;
• Fleumático: tranquilo, paciente, observador e conciliador. Mas tende a procrastinar, evitar conflitos e ter dificuldade de sair da zona de conforto.
É bom destacar que nenhum deles citados acima é melhor ou pior. Todos têm forças e fragilidades — e o mais importante é saber como usar isso a favor da vida —.
Como descobrir o seu temperamento
O autoconhecimento é a chave para viver bem. Por isso, para descobrir o seu temperamento é importante se observar, garante a especialista:
“Observar suas reações diante de desafios, pressão, convivência ou frustrações já diz muito. Testes de temperamento também podem ser bons aliados nesse processo — mas o mais rico é quando a pessoa se permite mergulhar na sua história emocional com honestidade e curiosidade”.
E vale lembrar: às vezes quem convive com a gente capta traços que a gente normalizou. Por isso, ouvir, refletir e, se possível, conversar com um profissional pode trazer uma clareza muito mais profunda.
Todos têm os quatro temperamentos
Todos os indivíduos tem os quatro temperamentos em algum grau, mas normalmente um ou dois são predominantes e moldam mais o nosso jeito de ser. A profissional de saúde explica:
“Por exemplo, uma pessoa pode ser essencialmente melancólica, mas também ter traços coléricos que aparecem em contextos profissionais. Ou alguém pode ser sanguíneo com uma base fleumática, o que a torna mais sociável, mas também muito calma.”
Temperamento é biológico
O temperamento não muda na essência, porque ele é biológico, mas cada um transforma a forma de se relacionar com ele. Com maturidade, consciência e ferramentas emocionais, o indivíduo aprende a lidar melhor com as reações naturais e até a transformar alguns impulsos em atitudes mais alinhadas com quem queremos ser.
“Então, uma pessoa colérica pode aprender a escutar e a esperar, um fleumático pode desenvolver mais proatividade, um melancólico pode suavizar as cobranças internas, e um sanguíneo pode criar mais constância. Isso não muda o temperamento, mas muda a forma como ele se expressa no mundo”, continua a neuropsicóloga.
No final da entrevista, a Dra. Keli deixou claro que temperamento não rotula ninguém e sim funciona como uma ferramenta:
“Quando usado com sabedoria, ele nos ajuda a entender nossas inclinações, limites, talentos e desafios com mais compaixão. Também é uma chave poderosa para melhorar relacionamentos. Quando a gente entende que o outro tem um funcionamento emocional diferente do nosso, o julgamento cede lugar à empatia. E isso é muito valioso — na vida pessoal, nas equipes, nas famílias e nos processos terapêuticos”.