Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, afirma que processo de cassação do deputado será acompanhado por “todo o governo”
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou neste domingo (13.abr.2025) ao Poder360 que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve tomar “alguma posição” sobre o processo que pode cassar o mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ).
Cida visitou o congressista na Câmara. Desde 4ª feira (9.abr), ele faz greve de fome em protesto contra a aprovação de sua cassação no Conselho de Ética.
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“É um processo que todo o governo, com certeza, vai estar vendo amanhã ou depois. O próprio presidente Lula, com certeza, tomará alguma posição, mas [visitar Glauber] hoje é uma posição mais minha enquanto ministra das Mulheres”, declarou Cida.
Segundo a assessoria de Glauber, o psolista está há 4 dias ingerindo somente água, soro e água de coco. Cida afirmou que o deputado está “começando a ficar fraco”.
“Foi uma conversa de solidariedade, de apoio, de dizer que a luta pela democracia sempre contará com as mulheres brasileiras e com o Ministério das Mulheres. Ele está bem, resistindo. Por enquanto, fraco. Já está começando a ficar fraco, mas está resistindo”, declarou a ministra.
ENTENDA O CASO
Glauber responde a um processo por agredir, em abril de 2024, o youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). Na ocasião, o deputado disse que havia sido provocado e, por isso, se sentiu intimidado pelo ativista.
Gabriel, por sua vez, afirmou que foi abordado por Glauber enquanto almoçava e, então, expulso aos pontapés da Câmara dos Deputados. Depois do episódio, o Novo enviou à Mesa da Câmara o pedido de cassação do mandato do psolista, que foi encaminhado por Lira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
O congressista declarou repetidas vezes que o relatório a favor de sua cassação, do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), é resultado de uma negociação com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que o psolista acusa de persegui-lo.
Glauber Braga e seu partido foram responsáveis por iniciar a ação judicial que fez o STF (Supremo Tribunal Federal) travar a destinação de emendas, em 2024. Na oportunidade, disse que Lira “sequestra” o Orçamento com a execução de emendas de congressistas.
O Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido de cassação por 13 votos a 5. Essa aprovação, no entanto, não resulta na perda imediata do mandato. Braga pode entrar com um recurso para que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) analise o parecer, antes de ser votado no plenário.
Caso vá a plenário, o processo precisa de ao menos 257 votos favoráveis para confirmar a cassação.
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