Grupos do movimento negro pediram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) urgência na investigação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). O pedido de celeridade é assinado por cerca de 70 entidades do movimento e da sociedade civil.
Os registros foram feitas à OEA em dezembro, devido aos atos de violência policial no Estado de São Paulo. Mas o apelo por urgência nas investigações vem depois que o comerciante senegalês Ngange Mbaye, de 34 anos, foi morto na última 6ª feira (11.abr) por um policial militar. O vendedor ambulante levou um tiro na barriga durante operação de fiscalização de mercadoria no Brás, zona central de São Paulo.
Em nota, as entidades Povo Negro Vivo, Movimento Negro Unificado e Uneafro classificaram o episódio como um caso “bárbaro” de “extermínio” de informais e ambulantes que enfrentam a “criminalização” do próprio sustento.
Segundo os grupos, a morte de Ngange escancara mais um capítulo da violência policial que atinge desproporcionalmente imigrantes negros e trabalhadores informais.
O pedido solicita que a OEA “avalie a adoção de medidas cautelares, com o objetivo de oferecer proteção à população negra e imigrante em São Paulo, diante da omissão e cumplicidade das autoridades estaduais”.

Acima, prints de vídeo divulgada nas redes sociais do momento em que o ambulante senegalês Ngange Mbaye foi atingido por policial militar em São Paulo
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o policial que atirou já foi afastado das atividades operacionais e o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Depois do episódio, houve protestos na região contra violência policial e lojas fecharam temporariamente. A tropa de choque da PM jogou bombas de gás e dispersou o grupo.
O Poder procurou e não houve resposta
O Poder360 procurou a assessoria de imprensa por meio de e-mail, telefone e aplicativo de mensagens para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito do pedido de urgência enviado à OEA contra Tarcísio de Freitas. Foram realizadas 2 ligações telefônicas para assessoria em 13.abr às 11:52. Também foram enviadas mensagens de texto por WhatsApp e e-mail em em 13.abr às 11:19. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.