Deputada Célia Xakriabá pede que PF investigue violência em marcha dos povos indígenas em Brasília

Deputada Célia Xakriabá pede que PF investigue violência em marcha dos povos indígenas em Brasília


‘Quando a polícia lança bombas de gás e spray de pimenta contra um ato pacífico, com mais de 6 mil indígenas reunidos para defender a Constituição, não estamos diante de um excesso isolado’, disse a parlamentar

MAURO PIMENTEL / AFPindigenas brasilia
Marcha do Acampamento Terra Livre (ATL) em frente ao Congresso Nacional em Brasília na última quinta-feira (10)

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL/MG) formalizou um pedido à Polícia Federal para investigar a violência policial, que enfrentou durante a marcha do Acampamento Terra Livre (ATL) em frente ao Congresso Nacional em Brasília. Durante a manifestação na última quinta-feira (10), que reuniu mais de 6 mil indígenas, a parlamentar conta que foi atingida por spray de pimenta e bombas de efeito moral, e agora busca a responsabilização dos envolvidos e a garantia de sua segurança.

A deputada enfatizou que a ação da polícia contra um ato pacífico não deve ser vista como um incidente isolado. “Quando a polícia lança bombas de gás e spray de pimenta contra um ato pacífico, com mais de 6 mil indígenas reunidos para defender a Constituição, não estamos diante de um excesso isolado. Estamos diante de uma ação institucional que precisa ser investigada com rigor e punida”, argumentou a parlamentar.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Além disso, Célia solicitou a liberação de imagens de segurança do Congresso e a implementação de medidas que evitem a repetição de episódios de violência. Durante a manifestação, Célia se apresentou como parlamentar, mas foi barrada na entrada da Câmara dos Deputados, onde acabou sofrendo queimaduras. Ela também relatou que mulheres e crianças indígenas foram feridas, denunciando a brutalidade das polícias Militar e Legislativa, além da inação do Detran-DF e do Corpo de Bombeiros.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

A deputada ainda mencionou a presença de discursos racistas e incitadores de violência em uma reunião da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Em resposta, uma representação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, e a Procuradoria da República no DF iniciou uma investigação sobre os eventos.

Célia Xakriabá também recorreu ao Ministério das Mulheres, ao Ministério da Igualdade Racial e ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos, denunciando a violência política de gênero, racial e institucional que sofreu. Ela argumentou que a agressão vivida é um reflexo de problemas mais profundos, como racismo, machismo e colonialismo, e pediu a abertura de um procedimento de apuração pelo CNDH.

“A violência que sofremos naquele dia não foi só física. Ela carrega o peso do racismo, do machismo e do colonialismo que insiste em negar a legitimidade de uma mulher indígena ocupar espaços de poder. Usar cocar, pintura e falar em nome do nosso povo não deveria ser motivo de violência, e sim de respeito. Não é só contra mim. É contra todas as mulheres indígenas que ousam existir e resistir no espaço político”, declarou a deputada.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

Publicado por Carol Santos





Source link