A Unidos da Tijuca e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ) entraram no radar do Ministério Público Federal. A procuradora da República Daniella Toledo Piza instaurou um inquérito para apurar a aplicação de recursos públicos destinados à escola de samba por meio de termos de fomento. O valor repassado ultrapassa R$ 1 milhão, e a justificativa apresentada aos órgãos de controle gerou questionamentos.
Segundo a apuração, os repasses aconteceram entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020. A verba deveria cobrir despesas com pesquisa de conteúdo para o enredo, produção do desfile e promoção de eventos. No entanto, os documentos entregues como prestação de contas se limitaram a reportagens publicadas na imprensa e notas fiscais.
A Unidos da Tijuca levou à Marquês de Sapucaí, no Carnaval de 2025, o enredo “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respeita”. A proposta celebrou a trajetória do orixá filho de Oxum e Oxóssi.
Com um samba que contou com Anitta entre os compositores, a agremiação alcançou a 9ª colocação no Grupo Especial, somando 268,8 pontos.
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Apesar da homenagem e da participação de grandes nomes da música, a escola não atingiu o desempenho esperado. A Beija-Flor, por sua vez, sagrou-se campeã após seis anos de jejum, enquanto a Unidos de Padre Miguel foi rebaixada para a Série Ouro.
Prestação de contas da Unidos da Tijuca levanta suspeitas
A ausência de relatórios técnicos, recibos detalhados bem como documentação completa sobre os gastos levantou dúvidas por parte do MPF. O inquérito, dessa forma, busca entender se houve irregularidades ou omissões na utilização da verba pública.
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“Foram apresentadas apenas reportagens de jornais e notas fiscais”, destacou a procuradora responsável pelo caso.
Agora, a investigação tenta entender se os recursos foram aplicados conforme os objetivos do termo de fomento. A atuação do CAU-RJ como parceiro no projeto também entrou na linha de apuração do Ministério Público. A expectativa é que novas diligências ocorram nos próximos meses.