Cantor e irmão serão homenageados na 32ª edição do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira
O ícone da música brasileira e sertaneja Chitãozinho participa do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira junto com o irmão, Xororó, como homenageado. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (9/4) pelo banco que, assim como Chitãozinho faz, celebra o talento de jovens artistas que serão indicados para a premiação.
Em entrevista ao portal Estadão, Chitãozinho contou como se sente homenageado por cantoras da geração atual, como Marina Sena e Juliana Linhares, dando voz a clássicos da dupla. “Para nós é a demonstração total de que a música não tem fronteira. É uma nova geração que está vindo aí e passando adiante aquilo que nós criamos há mais de 40 anos. Não tem dinheiro que pague! A música sempre está pronta!”, afirmou o cantor, emocionado.
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Sertanejos celebraram a homenagem nesta quarta-feira (9/4) em publicaçãoReprodução: Instagra/Chitãozinho & Xororó
Chitãozinho e XororóReprodução: Instagram
Chitãozinho & Xororó sorrindoReprodução: Instagram
Chitãozinho e Xororó com Ana CastelaReprodução: Globo
Ainda segundo Chitãozinho, o mercado atual da música está abrindo portas com mais rapidez, graças às redes sociais e ao alcance de vídeos virais, mas a exigência por um trabalho de qualidade continua como um diferencial essencial. “Por outro lado, a concorrência é maior e nem todo mundo tem esse cuidado de fazer um trabalho de qualidade”, descreveu.
A cerimônia do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira está marcada para 4 de junho, no Rio de Janeiro. O nome da dupla foi escolhido por unanimidade por um conselho que reúne ícones como Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Criolo. “É um prêmio que as pessoas se sentem felizes em participar e receber. No ano passado, quando soubemos da reunião do comitê dos organizadores, que fomos escolhidos por unanimidade, com 100% de aprovação, foi uma alegria muito grande”, conta ele, destacando que cada show ainda traz uma expectativa nova, como se fosse o primeiro.
A trajetória da dupla é marcada por inovação; inclusive quando causaram polêmica ao misturar o sertanejo com elementos mais pop, como na versão de “No Rancho Fundo”, sucesso em “Tieta”. “Alguns tradicionalistas da música falaram que deturpamos a música, que mudamos muito, que a descaracterizamos. Mas nós recebemos a benção da família do Ary Barroso (do autor da música). Fiquei feliz! Acertamos mais uma. Foi um enorme sucesso”, relembra. Ele considera que essa ousadia ajudou a abrir espaço para o chamado sertanejo pop, hoje presente em grandes festivais e com artistas que extrapolam o rótulo de gênero musical.
Com mais de 50 anos de carreira, Chitãozinho destaca que a conexão com artistas da MPB surgiu de forma espontânea, a partir de parcerias com nomes como Jair Rodrigues e participações no programa “Amigos”, da TV Globo. “Nós tivemos a oportunidade, por meio do nosso diretor, Aloysio Legey, de conhecer muitos cantores da MPB que participaram do programa. Uma pessoa que eu lembro muito, que foi lá e cantou super bem conosco, só para citar um, foi o Milton Nascimento”, contou.
Hoje, aos poucos, a dupla tem reduzido o número de apresentações anuais para curtir a vida com mais tranquilidade e se dedicar à família. “Começaram a aparecer alguns convites legais e temos essa oportunidade de escolher. Estipulamos 20 daqui para o final do ano, mas vamos acabar fazendo, no máximo, uns 30”, revelou ele. Entre os planos, está o lançamento de uma canção com o caçula Enrico, chamada “Casa da Avó”, com participação de Xororó.
Mesmo com o repertório consagrado e um público fiel, Chitãozinho garante que a dupla não se acomoda. “Ensaiamos toda semana. Fazemos três, quatro aulas de vocalização para exercitar o músculo vocal e estarmos sempre bem no palco”. Para o cantor, o segredo do sucesso é: respeitar a própria história e se entregar de forma sincera em cada nova apresentação.
