Banqueiro mais rico dos EUA apoia ações de “choque” de Trump

Banqueiro mais rico dos EUA apoia ações de “choque” de Trump


Na contramão de outros executivos, Andy Beal acredita que o tarifaço é correto e o país tem vivido “em um mundo de fantasia”

Andrew Beal, 72 anos, considerado o banqueiro mais rico dos Estados Unidos, defendeu na 2ª feira (7.abr.2025) que o presidente Donald Trump (Partido Republicano) mantenha sua estratégia de “choque e pavor” com as tarifas sobre as importações que provocaram instabilidade nos mercados financeiros.

Em entrevista ao MarketWatch, Beal afirmou que as tarifas impostas por Trump têm como objetivo trazer o mundo à mesa de negociações, promover o comércio livre e justo e recalibrar o papel dos EUA na economia global. O presidente dos EUA anunciou em 2 de abril a aplicação de tarifas adicionais sobre as importações de 185 países, entre eles o Brasil.

Bill Ackman está errado. Não precisamos de outra moratória por 90 dias“, disse, referindo-se ao dono da empresa Pershing Square, que classificou o tarifaço de Trump como um “erro” e que afirmou que o presidente deveria fazer uma pausa nas medidas por 3 meses.

A oportunidade é agora. Não deixe esta oportunidade passar. Temos vivido em um mundo de fantasia por décadas“, defendeu Beal.

Além de Ackman, outros bilionários que apoiaram Trump fizeram críticas à medida. O diretor-executivo do banco J.P. Morgan, Jamie Dimon, publicou uma carta para acionistas afirmando, sem mencionar Trump, que as tarifas devem aumentar a inflação e levar a economia global a uma recessão. O próprio Elon Musk, um dos principais aliados na campanha de Trump e líder do chamado Doge (Departamento de Eficiência Governamental), disse no sábado (5.abr) que espera por “tarifa zero” entre os EUA e a Europa.

Na entrevista, Andrew Beal também criticou as políticas monetárias do Fed (Federal Reserve) que, segundo ele, resultaram em juros baixos e fornecimento ilimitado de dinheiro, mascarando a inflação, enquanto os gastos deficitários do governo federal encobriram o estado precário da economia norte-americana.

Segundo Beal, o PIB (Produto Interno Bruto) da economia real tem encolhido, mesmo quando os números oficiais mostram crescimento devido aos gastos governamentais. “Nosso enorme e perpétuo deficit na balança comercial e nosso deficit fiscal contínuo de trilhões de dólares simplesmente não são sustentáveis. Quanto antes lidarmos com eles, melhor e menor será o custo a longo prazo“, declarou.

Um dólar de empréstimo e gasto do governo não é o mesmo que um dólar ganho inventando ou construindo um produto“, acrescentou.

Beal reconheceu que a implementação imediata de altas tarifas chocou os mercados financeiros e a economia, mas argumentou que não há outro caminho a seguir se Trump quiser moldar políticas de forma suficiente.

É lamentável que não possamos realizar isso de forma mais gradual e espalhar a dor por muitos anos, mas isso simplesmente não é mais uma opção“, acrescentou, explicando que Trump busca um comércio global justo e livre. “Qualquer outro caminho exigiria aprovação do Congresso, o que levaria uma eternidade —e Trump tem apenas 2 anos até as eleições de meio de mandato“.

O matemático e empresário Andrew Beal é o dono do Beal Bank, cujos ativos são superiores a US$ 20 bilhões. Segundo a Forbes, o patrimônio estimado de Beal é de US$ 11,3 bilhões, o que o coloca na posição 199ª da lista de bilionários.

Beal é o mais rico dos EUA se for considerada a posse de bancos privados como a principal fonte de rendimentos entre os bilionários. Outros executivos do setor financeiro e de investimentos, como Warren Buffett (6º), Michael Bloomberg (14º) e Jeff Yass (25º), aparecem muito à frente na lista da Forbes.





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