Manifestantes criticam medidas presidenciais; em Manhattan, ato se estendeu por quase 20 quarteirões
Norte-americanos participaram de protestos contra o presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano), em várias cidades dos Estados Unidos neste sábado (5.abr.2025). Os atos foram realizados nos 50 estados.
Os manifestantes defenderam setores e políticas que têm sido desmontados no 2º governo de Trump, como educação pública, direito ao aborto, pequenas empresas e assistência médica para veteranos. Além disso, protestaram contra a deportação de imigrantes legais e contra a atuação do Departamento de Eficiência Governamental, comandado pelo empresário sul-africano, Elon Musk.
Na Quinta Avenida, em Manhattan, o protesto se estendeu por quase 20 quarteirões. Manifestantes que conversaram com o jornal The New York Times disseram que os EUA chegaram longe demais para “dar tantos passos para trás”.
A ex-professora de educação especial, Melissa Jackson, mãe de uma criança de 3 anos que faz parte de um programa de aprendizagem para alunos com deficiência, disse achar que a situação dos EUA está “ridícula”. Ela falou que o país é um “caldeirão cultural” que não pode caminhar para a falta de diversidade e inclusão.
Thousands are walking down 5th Avenue in New York City. Trump protest. pic.twitter.com/hnS76IuElg
— NewYorkCityKopp (@newyorkcitykopp) April 5, 2025
Em Chicago, os manifestantes ocuparam a Daley Plaza, praça pública que abriga a escultura “The Picasso” e recebe diversos eventos. O farmacêutico Glynn Tipton disse que muitos de seus amigos “são judeus, trans, militares ou doentes, e eles não estão bem”.
HAPPENING NOW: A MASSIVE protest is taking place in downtown Chicago for the “Hands Off!” movement against Elon Musk and Donald Trump pic.twitter.com/NVEiTFi8Iy
— Marco Foster (@MarcoFoster_) April 5, 2025
Em Washington, os opositores cercaram o Monumento a Washington e marcharam para o Capitólio.
Em Denver, manifestantes disseram que havia uma presença latina visivelmente menor neste sábado (5.abr) do que nas manifestações durante o primeiro mandato de Trump. “Você percebeu que não há muitas pessoas chicanas aqui? É porque as pessoas estão com medo”, disse o organizador ambiental Brian Loma. O governo parece estar “rasgando os green cards”, ele disse. “É loucura.”
Ian Mains, consultor de segurança cibernética e ex-subtenente do Exército de Aurora, Colorado, disse que estava protestando pela primeira vez. Ele falou que nunca notou imigrantes causando problemas em sua comunidade e disse que lamenta que “eles estejam sendo demonizados agora”. Mains afirmou que “a deportação de pessoas sem qualquer responsabilização dá vontade de vomitar”.
Os comícios foram organizados pela Indivisible, MoveOn e outros grupos que costumavam liderar protestos pelo direitos ao aborto, contra a violência armada e pela justiça racial durante o primeiro governo Trump. Os organizadores disseram ter mudado a ênfase para questões de mercado, como assistência médica e Previdência Social, com a mensagem de que Trump está “dificultando a vida do americano médio enquanto beneficia seus amigos mais ricos”.